Ataque terrorista mata pelo menos 26 pessoas na RDCongo
Rebeldes suspeitos de pertencerem à Cooperativa para o Desenvolvimento do Congo (Codeco) mataram pelo menos 26 pessoas, na noite de quarta-feira, no nordeste da República Democrática do Congo (RDCongo), anunciaram hoje as autoridades.
O incidente ocorreu em Lodjo, uma cidade mineira da província de Ituri, declarou o líder político da região, Olumba Mabilindey.
Os combatentes da Codeco aproximaram-se da cidade à noite e surpreenderam os habitantes, que de repente ouviram tiros.
De acordo com Mabilindey, enquanto algumas das vítimas foram mortas a tiro, outras foram mortas com machetes.
O líder local expressou preocupação quanto à presença destes rebeldes na área e apelou ao exército para reforçar a sua presença.
A Codeco é um grupo rebelde pouco conhecido que nasceu em 2018 com o objetivo de combater os abusos do exército, embora tenha cometido numerosos assassinatos de civis.
Em meados de novembro, rebeldes da Codeco atacaram vários campos de refugiados nesta região e mataram dezenas de pessoas, ações suscitaram a consternação da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
De acordo com o Barómetro de Segurança Kivu (KST), a Codeco matou pelo menos 255 pessoas durante 125 ataques desde abril de 2021, tornando-o hoje a segunda milícia mais mortífera da região.
Ituri e as províncias vizinhas do Kivu Norte registaram um aumento do número de ataques de grupos rebeldes e de mortes de civis no ano passado, uma evolução que levou o Governo congolês a declarar estado de emergência no final de abril.
Segundo o ACNUR, mais de 5,6 milhões de congoleses foram forçados a fugir das suas casas até à data devido à violência.
Além disso, mais de metade da população da província de Ituri - três milhões de pessoas - está a sofrer níveis extremos de insegurança alimentar, de acordo com as Nações Unidas.
Desde 1998, o leste da RDCongo tem estado atolado em conflitos alimentados por milícias rebeldes e ataques de soldados do exército, apesar da presença da missão de manutenção da paz das Nações Unidas (MONUSCO), que enviou mais de 14.000 soldados.
A ausência de alternativas e de meios de subsistência estáveis levou milhares de congoleses a pegar em armas e, segundo o KST, a região é um campo de batalha para pelo menos 122 grupos rebeldes.