ACIF compreende posição firme do Governo e pede consciência aos jovens
A Associação Comercial e Industrial do Funchal - Câmara de Comércio e Indústria da Madeira (ACIF-CCIM) apresentou hoje as conclusões da Assembleia-Geral, reunião que serviu para apreciar e deliberar sobre o Plano de Actividades, o Orçamento e a Quota para o ano de 2022.
Jorge Veiga França, presidente da Direcção da ACIF-CCIM, aproveitou a ocasião para apelar aos jovens para que cumpram as determinações do Governo Regional no que toca à testagem semanal, nomeadamente para acesso a espaços de diversão nocturna, incentivando inclusive os empresários que mais tempo estiveram encerrados à conta das restrições por causa da pandemia de covid-19, para que inovem no sentido de criar condições para que a fiscalização de quem tem certificado de vacinação e/ou teste antigénio negativo, nem que para tal dinamizem testagem à entrada dos espaços.
Para o responsável associativo, as palavras do presidente do Governo Regional, secundadas pelas do secretário regional da Economia, de que se a situação continuasse descontrolada não teriam problemas em encerrar as actividades ou a criar medidas mais restritivas, inclusive não haveria apoios financeiros, são perfeitamente compreensíveis e até aceitáveis dado o contexto actual.
"Percebo perfeitamente a angústia e o desespero do Governo Regional, que é um pouco de todos nós, se de facto não houver essa atenção por parte dos madeirenses, sobretudo da juventude, que é um pouco mais difícil de entrar nas dinâmicas de toda a sociedade", disse. "Se bem que isto tem sido anunciado como o último recurso , penso que terão de fazê-lo em prejuízo da nossa economia. Acho que não há hipótese de fechar a economia porque aí então seria a desgraça completa, mas se for a última medida é sinal que a economia já está a parar por força da irresponsabilidade destes grupos menos atentos e com 'grão na asa' e que se excedem um bocadinho", acrescentou.
Para Jorge Veiga França "seria bom que se estimulasse alguma tentativa de essa juventude, antes de entrar em aglomerados grandes de partilha de lazer, copos, ambientes de festejos, se munam dos testes, paguem-nos se for o caso, pois podem dispensar nos copos aquilo que gastarão nos custos para a saúde e para a economia, porque vamos todos perder mais com isso", apontou, deixando uma palavra aos empresários que "não merecem apanhar mais", pois "foram os que estiveram fechados mais tempo ao longo desta crise pandémica e agora poderão ganhar desmesuradamente, mas nada que compense aquilo que já perderam até agora, podem acabar por perder muito mais se tudo fechar novamente", advertiu.
O apelo vai no sentido de haver algum espírito criativo e fazer, como noutros locais, barraquinhas de testagem junto dos grandes aglomerados de pessoas. "Com base nisso poderiam conseguir com que o controle feito às entradas seja feito com alguma eficácia, porque também tem havido muita actividade ilegal, com testes de irmãos, amigos, copiando de um telemóvel para outro, etc.", exemplificou. Deu ainda exemplo de possível criação de pontos de controlo de entrada das vias onde se concentram as pessoas na noite, promovendo a apresentação de certificados de teste e mesmo a realização dos mesmos na hora, pois acredita que os jovens acederão a isso.
E terminou lembrando que assim poder-se-á "evitar crises bem piores", que "poderão ser letais para economia e poderão atrasar, e muito, o nosso futuro". Conclui: "São as pessoas mais chegadas a quem desrespeite mais essas medidas que podem vir a morrer, por causa dos que venham a ser um pouco inconsequentes durante a partilha de festejos que não podem ser como habitualmente. A vacina, sozinha, não resolve o problema."
Sobre o orçamento e plano para 2022 da ACIF, Jorge Veiga França aponta dois de três projectos inovadores relativamente ao passado da associação empresarial, como são a criação das Câmaras de Comércio da Macaronésia (inclui congéneres da Madeira, Açores, Canárias e Cabo Verde) e, também, a constituição de um Centro de Arbitragem Comercial da ACIF-CCIM no Funchal. "São duas grandes melhorias nos negócios que esperamos para os nossos associados e para o tecido empresarial da Madeira. Outro projecto passa pela inovação e dinamização do comércio em contexto urbano, que tanto precisa, sobretudo no actual contexto.
Para 2022, Jorge veiga França espera que não aconteça nada tão grave como foi há um ano, por isso vão tentar realizar os eventos habituais, tais como a Expomadeira em Julho, o Funchal Noivos, o Mercado de Usados em Março e Novembro, levar a cabo ciclos de seminários e de formação para associados à média de um por mês.
A ACIF irá ter ainda novos membros de Direcção, que tomarão posse já no início do próximo ano, que Jorge Veiga França acredita poderão trazer novos contributos na área da sustentabilidade, por exemplo. Não esquecendo o Dia do Empresário que vai continuar a estar ligada a este contexto da sustentabilidade, o mesmo ocorrendo com a já referida Expomadeira. A ACIF irá estar atenta à aplicação do PRR e das oportunidades em termos de eixos prioritários.
Com um orçamento de cerca de 8 milhões de euros para o próximo ano, com vista a equilibrar contas e ter, no final, um saldo positivo de menos de nove mil euros positivos, espera, ao contrário do que ocorreu para este ano devido à crise pandémica, justifica. Aos associados da ACIF será também pedido um esforço ligeiramente superior ao valor da quota anual, que há algum tempo não são actualizados. Assim, será um aumento de 2%, mas os associados que quiserem pagar de uma só vez em Janeiro terão uma redução de 3%, o que significará uma redução. Aos novos associados até Junho, será feita uma dedução de 4 meses de actividade o que significa que pagarão apenas 8 meses, numa forma de aumentar o associativismo que, diz Jorge Veiga França, tem vindo a crescer, prevendo promover a criação de novas mesas de sectores até agora sem representação específica.