Nigéria enfrenta quarta vaga da pandemia
A Nigéria, o país africano mais populoso, está a atravessar a quarta vaga da pandemia de covid-19, anunciaram as autoridades, apelando ao cumprimento "rigoroso" das regras sanitárias durante a época de férias.
"A Nigéria registou um aumento de 500% no número de casos confirmados nas últimas duas semanas em todo o país devido às variantes Delta e Ómicron", declarou, na segunda-feira à noite, o Centro Nigeriano de Controlo de Doenças (NCDC).
"O país enfrenta agora uma quarta vaga de covid-19", acrescentou.
A Nigéria registou oficialmente cerca de 225.000 casos, com menos de 3.000 mortes.
Estes números são muito baixos, tendo em conta os seus 220 milhões de habitantes. Mas são largamente subestimados, uma vez que o número de testes realizados é baixo.
Face à progressão do vírus, as autoridades apelaram aos cidadãos para que respeitem estritamente as medidas sanitárias, uma vez que os nigerianos estão atualmente a celebrar o "dezembro Detty".
Durante o mês de dezembro, centenas de concertos, casamentos e outras festividades são organizados nas principais cidades da nação, particularmente em Lagos, a movimentada capital económica e cultural de 20 milhões de pessoas.
As autoridades lançaram uma campanha de prevenção dos meios de comunicação social chamada #CelebrateResponsibly, dirigida à indústria do entretenimento e aos líderes religiosos que organizam reuniões de massas.
"A covid-19 continua a ameaçar a vida e a subsistência dos nigerianos. Não podemos, portanto, baixar a guarda durante esta época festiva", declararam as autoridades sanitárias.
"Instamos os nigerianos a tomarem todas as precauções necessárias para assegurar que nós e os nossos entes queridos vivamos para celebrar muitos outros eventos e festividades", de acordo com as autoridades sanitárias.
Muitas pessoas desconhecem a covid-19, e atribuem frequentemente os seus sintomas à malária, uma doença que mata entre nove a 10 pessoas por hora na Nigéria, concluíram.
Mesmo assim, os testes covid-19 gratuitos são quase inexistentes, e o custo de um teste PCR representa um mês de salário para uma maioria da população, que vive em pobreza.
O país vacinou até agora cerca de 4 milhões de pessoas, ou seja, menos de 3% da população, muito aquém do objetivo do Governo de vacinar 112 milhões de pessoas até ao final de 2022.
A pandemia de covid-19 já provocou 225.591 mortos em África, onde foram registados 9.049.217 casos, dos quais 8.270.074 recuperaram da doença, segundo dados oficiais regionais hoje divulgados.
No mundo, a doença provocou mais de 5,35 milhões de mortes desde o início da pandemia.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.