Cinco esquadras da PSP na Região “já não deveriam estar abertas”
Presidente da ASPP critica falta de vontade do Governo Central e elogia amparo do Governo Regional em impedir situação mais drástica
As más condições estruturais de algumas esquadras da PSP na Região e a falta de vontade do Ministério da Administração Interna em assumir a comparticipação dos medicamentos dos polícias, são algumas das queixas do presidente nacional da ASPP/PSP, Paulo Santos.
Em visita sindical à Madeira, esta tarde, à margem de visita às precárias condições das
instalações da Esquadra da PSP de Santa Cruz, o sindicalista disse estarem “identificadas cerca de cinco esquadras no universo global da Madeira que já não deveriam estar abertas, em bom rigor”, sublinhou. Esquadras, que a exemplo da de Santa Cruz, “já estão no limite dos limites”, referindo-se às condições estruturais das mesmas. Razão para reforçar a “necessidade urgente de alterar o paradigma” que no entender da ASPP/PSP “passa pela construção de novas esquadras ou obras de fundo que dê resposta às necessidades”.
A responsabilidade na comparticipação nos medicamentos aos polícias é outro dos problemas há muito identificados que continua por resolver.
Tudo porque “continua a haver a fuga da responsabilidade que o governo central tem em relação à comparticipação nos medicamentos, que só não atinge dimensões mais drásticas porque o Governo Regional está aqui a amparar esta situação” admitiu, referindo-se ao facto de o executivo regional estar a substituir-se ao estado e continuar a garantir a comparticipação que é, ou deveria ser, responsabilidade do governo central.
“O serviço de assistência na doença, que na Madeira os profissionais pagam o mesmo valor que os colegas no continente, mas cuja rede de convenções e serviços prestados ao nível da saúde não são compatíveis com aquilo que são as necessidades”, é outro dos problemas identificados.
Problema que na opinião de Paulo Santos “fica mais agudo” nas ilhas “dada a falta de convenções e à dificuldade de mobilidade”, argumento para também reclamar a necessidade do “subsídio de insularidade”.
O dirigente sindical nacional conclui que “por muitos problemas que a PSP tem, que os polícias têm, a nível nacional, esses problemas tornam-se mais agudos nas ilhas”, dada a insularidade.
Como tal, os polícias na Madeira acabam por serem duplamente afectados pelas penalizações dos polícias em geral, nomeadamente no que se refere à remuneração, suplementos e pré-aposentação, entre outros.
O fenómeno da Covid-19 também não foi esquecido. Sobretudo para contestar que “elementos que foram chamados a desenvolver trabalho e que não foram compensados devidamente” e “outros que no âmbito da Portaria que foi feita, receberam suplemento de risco Covid por aquilo que foram as funções desempenhadas e que agora estão obrigados a restituir esse mesmo suplemento”.
Tudo razões para “continuar a lutar para que estas situações concretas se resolvam”, reiterou, acompanhado de outros dirigentes sindicais, incluindo o responsável na Região da ASPP/PSP, Adelino Camacho.
Argumentos que levam Paulo Santos a conclui que “o Ministério da Administração Interna, nestes últimos seis anos, não teve capacidade ou vontade política de resolver os problemas”, ou seja, “não esteve à altura das suas responsabilidades”, concretizou.