Brasil doa vacinas a países da América Latina, Caribe e África
O Governo brasileiro anunciou, esta segunda-feira, que vai doar vacinas contra a covid-19 a países da América Latina, Caribe e África, embora ainda não tenha definido quais.
A doação foi anunciada numa nota conjunta dos ministérios das Relações Exteriores e da Saúde, que garante que a ação não terá impacto no programa nacional de imunização do país.
"O Governo brasileiro está convencido de que é urgente ampliar e diversificar a capacidade produtiva mundial de produtos médicos, sobretudo de vacinas. Cumpre fortalecer a produção local em países em desenvolvimento e aperfeiçoar mecanismos de transferência de tecnologia para os países emergentes", destacou o documento.
"O Brasil reafirma seu firme compromisso com a promoção do acesso universal a vacinas, medicamentos e demais insumos necessários à luta contra a pandemia de covid-19. O Governo brasileiro está pronto para contribuir, dentro de suas capacidades, para pôr fim à pandemia no menor prazo possível", acrescentou.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, destacou numa conferência de imprensa que inicialmente serão oferecidas "10 milhões de doses em doação por meio da iniciativa Covax Facility", coordenada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Essa quantidade poderá ser ampliada posteriormente para um total de 30 milhões de doses, embora não tenha anunciado nenhum tipo de prazo.
O Brasil, que tem cerca de 212 milhões de habitantes, é um dos países mais afetados pela pandemia no mundo e já registou quase 618 mil mortes e 22,2 milhões de infeções.
O Governo brasileiro adquiriu para este ano um total de 500 milhões de doses de vacinas, das quais 315,1 milhões já foram aplicadas, segundo dados atualizados em 9 de dezembro, de acordo com o Ministério da Saúde.
Um dia depois dessa data houve um ataque de computador aos sistemas do Ministério da Saúde, que desde então não conseguiu atualizar muitas das suas informações sobre a pandemia.
Para 2022, embora ainda não tenha especificado o plano de continuidade do processo de imunização, o Ministério da Saúde adiantou que pretende ter pelo menos mais 400 milhões de doses.
A covid-19 provocou mais de 5,35 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 89 países de todos os continentes, incluindo Portugal.