Criar (o) futuro
Compete a todos “arregaçar as mangas” e criar, com esforço e trabalho, o futuro
No contexto atual, ainda marcado pela pandemia da COVID-19, permitam-me destacar um excerto de um texto escrito pelo Vice-Almirante Gouveia e Melo, que afirma que a pandemia “… deu-nos, igualmente, mais uma oportunidade para despertarmos para a relevante necessidade de se estabelecer uma plataforma alargada de solidariedade, cooperação, partilha e entendimento sem fronteiras, capaz de reunir a delicada teia de capacidades.”
E, realmente, uma plataforma alargada de solidariedade é uma proposta que faz todo o sentido para conseguirmos responder, com sucesso, aos desafios do presente e futuro.
Nesse âmbito, a nossa Região sempre demonstrou uma grande capacidade de, sobretudo em tempos difíceis, revelar uma solidariedade feita de ação, trabalho em rede e voluntariado.
E também se pode efetivar a solidariedade, se conseguirmos, nos próximos 5 anos, a utilização eficiente, eficaz e, sobretudo, efetiva e com qualidade das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Assim, assume uma importância vital a aposta na atribuição de uma habitação condigna, sendo uma mais-valia o trabalho articulado entre a Sociohabitafunchal, E.M. e a Investimentos Habitacionais da Madeira, EPERAM, de forma a cumprir com o desígnio de diminuir as necessidades de habitação social.
Temos de continuar a privilegiar, igualmente, a inclusão e coesão sociais, capacitando as pessoas com as competências que promovam a sua autonomização e a quebra de ciclos geracionais de pobreza, um objetivo que sabemos ser difícil, mas não impossível.
O PRR tem de ser encarado como uma oportunidade de fazermos ainda mais e melhor, de implementarmos mudanças estruturais e estruturantes, para que as gerações atuais e futuras vivam uma realidade em que seja possível mitigar, de forma consistente, a exclusão social, e substituir “a oferta do peixe” pela “cana de pesca”.
Neste final de ano, é tempo de, mais uma vez, sonharmos o futuro. Mas, esse futuro faz-se também dos sonhos do passado e escolhas do presente e, sobretudo, de uma vontade que, em qualquer presente, seja solidária para com o futuro.
Como disse Peter Drucker “A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo.”
E que futuro queremos nós criar? Certamente, um futuro feito de esperança, mas uma esperança traduzida num sentir coletivo que o mundo, o país, a região, nós, estaremos melhor.
Por isso, compete a todos e a cada um de nós “arregaçar as mangas” e criar, com o seu esforço e trabalho, o futuro que merecemos, um futuro em que todos contam.