Os laboratórios
Ao longo do combate à COVID 19, os laboratórios utilizam uma estratégia imparcial na Europa com a distribuição das vacinas, por um lado, primeiro transaccionam com quem paga mais caro, ex: Israel e Inglaterra, por outro, não manifestam qualquer interesse em distribuir as vacinas nos países pobres.
Segundo Ana Sá Lopes do Jornal Público, de 28/11/21. “(…) em toda a África, apenas 7,2 por cento dos cidadãos têm as duas doses da vacina. No Egipto, aqui ao lado, só 13% da população está totalmente vacinada. A África do Sul tem 24% dos habitantes com as duas doses, enquanto a Somália tem 3,5%. Os nossos “irmãos” Angola e Moçambique têm respectivamente 8,1% e 11%. A baixa vacinação estimula a fábrica de variantes”.
Mas nunca é demais reflectirmos sobre a crónica dependência dos europeus em relação aos laboratórios privados, isto apesar de já ter havido uma intervenção mais enérgica por da U. E.
Custa a crer que a Europa não faça prevalecer a sua capacidade cientifica para desenvolver vacinas ou comprimidos, de modo a combater eficazmente a COVID 19, sem estar envolvida no labirinto que os laboratórios tecem. Mais, há países que já avançaram isolados com o fabrico de vacinas com relativo sucesso.
Convém lembrar, por exemplo, que a rejeição da quebra das patentes das vacinas, permite chorudos lucros aos laboratórios, sem esquecer que “a baixa vacinação estimula a fábrica de variantes”.
As boas intenções dos países ricos não tem chegado para conseguir resultados imensamente positivos, os laboratórios privados querem maximizar os seus lucros à custa da COVID 19, em vez de contribuírem para melhorar a saúde pública, sem subterfúgios e estratagemas.
Não tenhamos ilusões, é preciso muito mais solidariedade e acções reais para combater o inimigo que está a causar danos a todos os níveis nas pessoas e está a propiciar grande preocupação nas economias a nível global, em suma, está a ampliar ainda mais as discrepâncias entre ricos e pobres.
Qual a razão ou razões para não se avançar com soluções solidariamente mais eficazes no combate à grave situação pandémica, sem ter na mira o lucro?
Carlos Oliveira