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Novos casos duplicam numa semana em África devido à nova variante

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O número de novos casos de covid-19 em África mais do que duplicou na última semana, muito devido ao aparecimento da nova variante do SARS-CoV-2 na África do Sul, anunciou hoje o África CDC.

Na sua conferência de imprensa semanal a partir de Adis Abeba, o diretor do Centro de Controlo e Prevenção e Doenças da União Africana (África CDC), John Nkengasong, disse que o continente regista até hoje um total acumulado de 8,6 milhões de infetados com o coronavírus, ou seja 3,3% dos casos a nível global.

No total, 223 mil pessoas morreram com a covid-19, o que representa 4,3% das mortes a nível mundial.

Na última semana, África registou 938 novas mortes, menos 8% do que as 1.015 da semana passada.

Apesar de a nível geral os números não terem mudado significativamente, com os cinco países mais populosos de África -- África do Sul, Marrocos, Tunísia, Líbia e Etiópia -- a representarem 61% dos casos no continente, o responsável admitiu que a situação com a nova variante "está a mudar rapidamente".

Além da África do Sul, que detetou na semana passada a nova variante, outros três países já registaram casos da Ómicron: Botsuana, Nigéria e Gana.

Segundo os números apresentados por Nkengasong, o continente africano registou na última semana 52.300 novos casos, o que representa um aumento de 105% dos novos casos face à semana passada.

A África do Sul é responsável pela grande maioria dos casos novos, com 31 mil novos casos registados na última semana, afirmou o diretor do África CDC, admitindo que isto se deve sobretudo à nova variante.

Egito (6.000 novos casos), Líbia (3.800), Maurícias (1.200) e Argélia (1.200) contribuem também para o aumento.

Quando se comparam os números nas últimas quatro semanas, entre 01 e 28 de novembro, África registou um aumento médio de 20% de novos casos, para o qual contribui apenas a África austral, com um aumento médio de 153%, enquanto as outras regiões registam reduções de novos casos.

Só a África do Sul registou um aumento médio de 196% no número de novos casos nas últimas quatro semanas.

Nkengasong disse que a taxa de vacinação em África aumentou ligeiramente e neste momento 7% da população africana está completamente vacinada.

No total, os 54 Estados-membros da União Africana adquiriram 417,5 milhões de doses da vacina para a covid-19, das quais 235,8 milhões de doses foram administradas, o que representa 56,46% das vacinas disponíveis no continente.

Os países africanos que mais doses de vacinas administraram são Marrocos (47 milhões de doses e 61% da população totalmente vacinada), Egito (39,8% de doses e 14%), África do Sul (25 milhões e 24%), Argélia (11 milhões e 11%) e Moçambique (10,5 milhões de doses e 8,9% da população vacinada).

A Eritreia continua a ser o único país africano que ainda não iniciou a vacinação contra a covid-19.

Ainda sobre a vacinação, Nkengasong anunciou que na segunda e terça-feira da próxima semana se realizará em Kigali, Ruanda, uma reunião ao nível de chefes de Estado para discutir "o caminho para o continente emitir autorizações de uso de emergência de vacinas" à medida que elas surjam.

Recordando que já esta semana a farmacêutica sul-africana Aspen assinou um acordo que lhe permitirá aceder a uma licença para produzir e vender a vacina da Johnson & Johnson em África, o responsável do África CDC disse esperar que nos próximos meses outros países como o Ruanda e o Senegal possam também produzir vacinas e isso requer que o continente desenvolva um mecanismo para a aprovação de vacinas através da Agência Africana do Medicamento.