Alemanha recorda vítimas de atentado terrorista contra mercado de Natal em 2016
O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, falou hoje da "enorme fissura" causada pelo atentado terrorista de 2016 contra um mercado de Natal em Berlim, com 13 mortos, e reconheceu erros por parte do Estado.
"Há cinco anos, em 19 de dezembro de 2016, a Alemanha viveu o seu pior ataque islamista. Deixou uma fissura profunda nos seus corações, em todos os nossos corações", disse Steinmeier ao dirigir-se às famílias das vítimas numa cerimónia ecuménica em Berlim.
Esta fissura supôs "um antes e um depois" nas suas vidas e na consciência da sociedade, também visível na paisagem urbana, com barreiras e postes de betão em torno dos mercados de Natal e uma maior presença policial.
"Sei que as palavras não podem curar esta ferida, mas quero assegurar-lhes [...] que não estão sós na dor", acrescentou, na cerimónia realizada na Kaiser-Wilhelm-Gedächtniskirche, a igreja junto à qual se realiza o mercado de Natal onde aconteceu o ataque terrorista.
Steinmeier também recordou Sascha Hüsges, a vítima número 13, que morreu no último 05 de outubro aos 49 anos na consequência de graves ferimentos causados por um forte golpe na cabeça, provavelmente causado por uma viga, quando foi socorrer as vítimas.
O presidente reconheceu que "o Estado não pôde cumprir a sua promessa" de garantir a proteção, a segurança e a liberdade de seus cidadãos com a correspondente culpa. Também reconheceu erros "amargos e dolorosos" no apoio às famílias das vítimas e aos feridos.
Steinmeier afirmou que o atentado, no qual centenas de pessoas ficaram feridas, visou o modo de vida, a paz, a liberdade e a democracia, mas que a sociedade é mais forte do que o medo.
Após a cerimónia religiosa, na qual o governador cessante de Berlim, Michael Müller, também fez um discurso, o pastor da Gedächtniskirche, Martin Germer, leu os nomes das 13 vítimas em frente ao memorial localizado na escadaria da igreja.
Às 20:02 locais, o momento em que aconteceu o ataque, soaram 13 badaladas, uma por cada vítima.
O autor do atentado, o tunisino Anis Amri, disparou sobre o motorista de um camião para em seguida usar o veículo para investir contra a multidão que estava no mercado de Natal em 19 de dezembro de 2016.