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Economia de Defesa representava 2% das exportações portuguesas em 2019

Foto DR/Defesa Nacional
Foto DR/Defesa Nacional

O setor da Economia de Defesa representava 2% das exportações portuguesas em 2019, num universo de cerca de 350 empresas que, na sua maioria, são de pequena e média dimensão, indica um estudo elaborado pela IdD Portugal Defence.

O trabalho, realizado em parceria com o Gabinete de Estratégia e Estudos e o Instituto da Defesa Nacional, vai ser hoje apresentado nesta instituição, em Lisboa, com a presença do ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho.

O estudo intitulado 'Economia de Defesa em Portugal -- a caminhar em direção ao futuro' aponta para um "aprofundamento da internacionalização da Economia da Defesa nacional, que já é bastante expressiva, uma vez que representa 2% das exportações portuguesas e os mercados externos representam 40% das vendas totais das empresas".

"As empresas da Economia da Defesa exportam anualmente cerca de 1,9 mil milhões de euros (em 2019), representando 2% do total das exportações nacionais (face a 1,4% do valor acrescentado bruto)", lê-se.

Entre os principais setores de exportações da economia da Defesa em 2019 encontram-se o equipamento elétrico (13%), reparação e manutenção (11,2%), têxteis, vestuário e calçado (10,6%) ou consultoria e programação informática (6,3%), entre outros.

O estudo adianta ainda que "os relatórios anuais da Direção Geral de Recursos da Defesa Nacional dão uma ideia do tipo de produtos exportados, destacando-se pelo maior valor das operações as aeronaves, material aeronáutico ou veículos militares", com dados referentes a 2018.

A Economia de Defesa é constituída "pelo Estado português e por 350 empresas e 60 entidades de educação, investigação e desenvolvimento tecnológico", referem, sendo o Estado o principal cliente, através das Forças Armadas. As empresas têm, na sua grande maioria, "pequena e média dimensão".

Considerando as dimensões pública e privada, "a Economia de Defesa representa 1,6% da economia portuguesa e 1,4% do emprego", indica este estudo, ressalvando que estes valores estarão sobreavaliados "uma vez que as empresas que atuam na Defesa desenvolvem também atividades em outros setores não relacionados".

"Se retiramos este efeito, o peso da Economia da Defesa na economia portuguesa em 2019 foi aproximadamente de 1,1%, dos quais 72% foram responsabilidade do Estado e os restantes 28% de empresas e outras entidades", lê-se.

De acordo com os dados recolhidos, as entidades que atuam na Defesa "empregam 68 mil pessoas, onde se inserem 26 mil militares nas Forças Armadas portuguesas e seis mil em serviços administrativos no Ministério da Defesa Nacional, e os restantes 36 mil em empresas (sem retirar o efeito das atividades não relacionadas com a Defesa -- valores de 2019)".

Estes recursos humanos apresentam "maiores níveis de educação, são mais produtivos e recebem maiores salários do que a média da economia portuguesa".

Atualmente, a Economia de Defesa nacional disponibiliza produtos e serviços em áreas de especialização muito diversas, entre elas, "equipamento elétrico e eletrónico", a "reparação e manutenção de plataformas e motores", "têxteis, vestuário e calçado com aplicação militar", "construção de infraestruturas" ou até o "fabrico de moldes, partes e peças usando materiais compósitos e destinadas a equipamento de Defesa nos diferentes domínios operacionais".

"As áreas de especialização são destinadas a mercados ainda mais diversificados do que os que são alcançados pelo resto da economia portuguesa", conclui o estudo, como a União Europeia mas também o Reino Unido, EUA, Angola, Brasil, Marrocos ou Moçambique, "notando-se a grande importância da área do Atlântico que é para onde está direcionada a estratégia nacional fora da Europa".

Em 2019, lê-se ainda no documento, "o volume de negócios total das empresas com informação disponível (302) foi de 4,75 mil milhões de euros, tendo o seu crescimento ao longo da década que inicia em 2010 acompanhado, com algum atraso, a evolução da economia portuguesa: um decréscimo até 2016 e uma recuperação nos anos seguintes".