Iglésias não sabe o que é ser ilhéu
O estratega de Paulo Cafôfo, que chegou à Madeira há um par de anos, com uma mala de cartão contendo somente abrilhantador e dentífrico branqueador, para aplicar no demissionário, mas agarrado ao poder, presidente do PS Madeira, conseguiu um lugar na lista de candidatos para a Assembleia da República, para assim voltar ao retângulo, agora com a coisinha entre as pernas e o acumular de uma série de derrotas.
Miguel Iglésias passeou pela Madeira ao lado do fiel amigo, do qual diz ser inseparável, inclusive a face da mesma moeda, e não o libertou enquanto não garantiu um último tacho, um bilhete de avião de regresso a casa.
Não tenho nada contra os continentais, mas não deixa de ser atentatório e até lamentável que um indivíduo que está há meia dúzia de dias a viver na Madeira tenha sido escolhido para defender os direitos e interesses dos madeirenses na Assembleia da República.
Miguel Iglésias não sabe o que é ser ilhéu, veio, repito, há meia dúzia de dias viver para a Madeira, e já garantiu uma oportunidade que só devia ser dada a alguém que sabe e se identifica verdadeiramente com a insularidade, a alguém que nasce rodeado pelo mar.
O PS Madeira, no seu triste percurso, que se agrava a cada dia que passa com este tipo de decisões provocatórias e sem coerência, arrisca-se a oferecer um lugar na Assembleia da República a um indivíduo que irá ganhar 6.000 euros por mês, mas que não tem uma forma de pensar, falar e viver da Madeira, uma maneira própria de ser português.
Perante este acumular de atentados socialistas, o ímpeto autonomista e do ser madeirense devia levar-nos a questionar se faz sentido o voto num partido que quer na Assembleia República alguém que se infiltrou na história da Madeira, mas nunca entranhou a essência de ser ilhéu.
Inácio Silva