SEF deteve advogado e colaboradora suspeitos de terem legalizado centenas de imigrantes
O SEF deteve um advogado com escritório em Lisboa e uma sua colaboradora, ambos suspeitos de terem conseguido legalizar de forma fraudulenta centenas de imigrantes em Portugal, indicou hoje aquele serviço de segurança.
Além da detenção do advogado e da colaboradora, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) constituiu arguidos mais três suspeitos durante uma operação que decorreu na quarta-feira e em que deu cumprimento a 11 mandados judiciais, refere o SEF, em comunicado.
Segundo aquele serviço de segurança, foram também realizadas quatro buscas em domicílios e cinco buscas em escritórios e gabinetes de contabilidade em Lisboa, Amadora, Almada, Caldas da Rainha e Rio Tinto.
O SEF refere que a operação decorreu no âmbito de uma investigação por indícios dos crimes de falsificação de documentos, falsidade informática, associação de auxílio à imigração ilegal e associação criminosa.
O SEF explica que os dois detidos são sócios de uma empresa de pretensa assessoria migratória, através da qual foram forjados e vendidos documentos a centenas de cidadãos estrangeiros, para que, assim, de forma fraudulenta, conseguissem legalizar-se em Portugal.
"Entre os documentos falsos produzidos e vendidos estão atestados de residência supostamente emitidos por juntas de freguesia, contratos de trabalho emitidos por empresas fictícias, recibos verdes e certificados de registo criminal portugueses e dos países de origem dos imigrantes", frisa o SEF, acrescentando que os suspeitos recorriam a intermediários, que lhes angariavam os clientes estrangeiros, muitos deles nem sequer estando em Portugal.
Aquele serviço de segurança indica também que durante a operação foi apreendida "abundante documentação, em suporte material e virtual, telemóveis, computadores e dinheiro proveniente da atividade ilícita em investigação".
O SEF refere ainda que as buscas ao escritório do advogado foram presididas por um juiz de instrução e acompanhadas por um magistrado do Departamento de Investigação e Ação (DIAP), responsável pela investigação, e por um representante da Ordem dos Advogados.
Os detidos vão ser presentes ao juiz de instrução para interrogatório e aplicação de medidas de coação.