Governo britânico remove Angola e Moçambique da "lista vermelha" de viagens
O Governo britânico anunciou que vai remover da "lista vermelha" de viagens internacionais todos os 11 países africanos atualmente incluídos, incluindo Angola e Moçambique, a partir de quarta-feira.
Numa declaração no Parlamento, o ministro da Saúde, Sajid Javid, explicou que a medida, introduzida no final de novembro para impedir a entrada de casos da variante Ómicron de covid-19, primeiro identificada na África do Sul, deixou de ser eficaz porque esta já está espalhada no Reino Unido.
Apenas britânicos e residentes no Reino Unido podem viajar dos países na lista vermelha, mas ficam sujeitos a cumprir quarentena de 10 dias num hotel designado e às suas custas.
A partir de quarta-feira, aplicam-se as regras normais, nomeadamente testes pré-embarque e outro nas primeiras 48 horas após a chegada, sendo obrigatório o isolamento até ser dado um resultado negativo.
O Parlamento britânico encontra-se a debater novas medidas para conter a vaga de casos com a variante Ómicron, nomeadamente a necessidade de apresentar um passe sanitário em discotecas, espetáculos e grandes eventos.
Escócia e País de Gales já têm este sistema em prática, mas a proposta para introduzi-la em Inglaterra é rejeitada por muitos deputados do Partido Conservador devido ao impacto na economia e restringirem as liberdades individuais.
Porém, mesmo se um grande número de deputados decidir desafiar a orientação do Governo, as medidas deverão ser aprovadas graças aos votos do partido Trabalhista, a principal força da oposição.
O ministro da Saúde defendeu a necessidade destas restrições devido à elevada transmissibilidade da variante Ómicron, cujo número de casos está a duplicar a cada dois dias no Reino Unido.
Embora até agora tenham sido identificados 4.713 casos, os cientistas estimam que o número real é 42 vezes maior, cerca de 200.000.
A covid-19 provocou pelo menos 5.311.914 mortes em todo o mundo, entre mais de 269 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como "preocupante" pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 57 países de todos os continentes, incluindo Portugal.