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Ex-banqueiro João Rendeiro vai ser ouvido hoje num tribunal sul-africano

Verulam Magistrates Court, tribunal em Verulam, onde nesta segunda-feira o ex-banqueiro João Rendeiro vai estar perante um juiz pela primeira vez depois de ter sido detido no sábado, nos arredores de Durban, África do Sul. FOTO LUÍS MIGUEL FONSECA/LUSA
Verulam Magistrates Court, tribunal em Verulam, onde nesta segunda-feira o ex-banqueiro João Rendeiro vai estar perante um juiz pela primeira vez depois de ter sido detido no sábado, nos arredores de Durban, África do Sul. FOTO LUÍS MIGUEL FONSECA/LUSA

O ex-banqueiro João Rendeiro, detido no sábado na África do Sul, é hoje ouvido por um juiz do tribunal Verulam Magistrates, na cidade costeira de Durban, onde estava fugido à justiça portuguesa.

João Rendeiro foi preso a 11 de dezembro, num hotel em Durban, na província sul-africana do KwaZulu-Natal, numa operação que envolveu a Interpol.

O antigo banqueiro está detido na esquadra de polícia de North Durban, a cinco quilómetros do hotel onde foi intercetado, segundo as informações das autoridades sul-africanas à agência Lusa.

Rendeiro estava com paradeiro desconhecido há três meses e as autoridades portuguesas reclamam agora a sua extradição para cumprir pena em Portugal, manifestando a expectativa de que as autoridades sul-africanas lhe decretem como medida de coação a prisão preventiva e desencadeiem o processo.

O ex-presidente do extinto Banco Privado Português (BPP) deverá ser ouvido entre as 09:00 e as 16:00 (hora local, menos duas horas em Lisboa) por um juiz de primeira instância, o equivalente ao juiz de instrução criminal em Portugal.

O professor de Direito Penal Paulo Saragoça da Matta acredita que João Rendeiro possa estar a cumprir pena de prisão em Portugal no máximo em oito meses, uma vez que a África do Sul aderiu à Convenção Europeia de Extradição há alguns anos, o que deverá contribuir para facilitar o processo.

Rendeiro foi condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do BPP, tendo os tribunais portugueses dado como provado que retirou do banco 13,61 milhões de euros.

O colapso do BPP, em 2010, lesou milhares de clientes e causou perdas de centenas de milhões de euros ao Estado.