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Boas Festas/2021, um ano às avessas

A. 2021 fica marcado pelas palavras pandemia, covid, teste, vacina e pela expressão “já não se pode com isto!”.

Partilhamos a fadiga física e emocional de um estado de coisas que não pedimos, não desejamos, não queremos ter. Não estarei longe da realidade se afirmar que neste momento, a maioria de nós (se não for a totalidade) conhece alguém que esteve infetado ou alguém que esteve em contacto com um infetado. A inquietação pela chegada do resultado do teste, a angústia pela evolução do amigo ou do familiar infetado, o desgosto dos que perderam os seus familiares e amigos nesta terrível pandemia… é um cenário dantesco que parece não chegar ao fim.

As estratégias de remediação ditadas pelos especialistas, são várias, em cada momento, em cada contexto. Recentemente a (Grande) Alemanha (democrática) determinou a vacinação obrigatória para profissionais de saúde. Ao mesmo tempo, discute-se a falta de vacinas no continente africano e a importância de vacinar à escala mundial, sob pena de propagação de outras novas variantes.

Quase nos esquecemos das máscaras de tecido floreadas e garridas com desenhos e cores, uma espécie de adereço de moda que na verdade tem sido um escudo de defesa. O básico mas essencial uso da máscara, até agora tem assumido um papel preponderante na proteção de todos e não pode ser esquecido nestas festas natalícias, nem no champanhe de ano novo.

B. 2022, na nossa pequenina dimensão, num contexto até agora controlado e controlável no futuro, desde que não se invente excentricidades, deve deixar-nos esperançados.

Em cenário de crise, 2021 continuou a alimentar a esperança dos apoios da bazuca europeia, que se esperam além do surpreendente mundo da digitalização.

Só por piada nesta reta final o Conselho de Ministros (publicação no Diário da República n.º 215 de 05.11) autorizou a despesa para a aquisição de portes de correio para o ano 2022 destinado a notificações por via postal, como sejam as referentes a processos de contraordenações e declarações anuais de rendimentos de pensionistas, num valor estimado de 6.380.000,00 euros. Com tanto bla bla de digitalização e desmaterialização, são 6 milhões para mandar postais?!

A detenção do banqueiro João Rendeiro, traduzirá algum sentido de Justiça, principalmente para os seis mil lesados do BPP, que estão a arder com mil e seiscentos milhões de euros. Enquanto isso, foi promulgado o diploma relativo à criminalização do enriquecimento injustificado e as obrigações declarativas de políticos e de titulares de altos cargos públicos. Pena que a diligência legislativa para melhorar o controlo aos “Rendeiros” deste país, não seja a mesma. Tal seria mais enriquecedor não só para a democracia deste pobre país, mas também para os que perderam poupanças de uma vida de trabalho, pela atuação dos “Rendeiros”.

C. É quase Natal! A todos, mas em especial aos que estão na linha da frente no combate à pandemia, com reconhecido agradecimento pelo trabalho realizado pelos profissionais de saúde e da saúde, Votos de Boas Festas e um 2022 com Saúde e Alegria!