Ex-secretário-geral critica indicação de Miguel Iglésias em n.º 2 na lista PS
O ex-secretário-geral do PS João Pedro Vieira criticou, esta tarde, a forma como a Comissão Política Regional aprovou hoje a lista de candidatos às eleições legislativas nacionais e sobretudo o segundo lugar atribuído a José Miguel Iglésias, porque representa um “prémio” e uma “promoção” para quem ergueu a estrutura regional que montou o projecto autárquico que sofreu uma “falência total” nas últimas eleições municipais e que foi que “largamente derrotado em 8 dos 11 concelhos da Região”.
Num texto publicado nas redes sociais, o ex-dirigente socialista começa por dizer que foi uma Comissão Política Regional do PS-Madeira “esvaziada de qualquer sentido crítico alternativo” que aprovou hoje, na Sala Lisboa, com “a enormidade de 31 votos, sob proposta de uma direcção cujo presidente [Paulo Cafôfo] se demitiu a 26 de Setembro, a lista de candidatos à Assembleia da República”.
Depois censura o segundo lugar atribuído ao ex-líder do grupo parlamentar da Assembleia Legislativa Regional, já que, desde que se demitiu a 28 de Setembro, a sua “única actividade política relevante foi acusar o ex-presidente da Câmara Municipal do Funchal, Miguel Silva Gouveia, de ser o responsável” pela derrota eleitoral, algo que já “fez sobre outros em ocasiões anteriores, revelando todo o seu carácter político”. “Agora, os socialistas madeirenses esperam certamente que este novo projecto seja capaz de melhorar os resultados de 2019, elegendo, pelo menos, três deputados e ajudando a PS a reforçar a sua maioria na Assembleia da República, confirmando méritos pessoais invocados no passado e superando resultados recentemente criticados. De José Miguel Iglésias não se espera menos do que uma vitória de 23 mil votos no Funchal ou 40%”, avisa.
João Pedro Vieira lamenta não só que a Comissão Política Regional do PS-Madeira tenha decidido contra indicações e posições que houve dentro do partido e como também a exclusão do deputado Olavo Câmara e de João Melim (do Porto Santo) da lista. Em seu entender, estes afastamentos fazem parte de uma estratégia de destruição do próprio partido: “De afastamento em afastamento, eleição após eleição, interna e externa, regional e nacional, há um projecto estruturado durante mais de 10 anos, presente nos 3 parlamentos e 11 concelhos, que se procura, activa e deliberadamente, destruir, com a conivência e sob o silêncio de tantos. Por que razão, só saberá quem o promove”.
“Perante tudo isto, o que fazemos? Naturalmente, recomeçamos. Se não for aqui e agora, noutro sítio e momento qualquer. Mas sempre, sempre pela Madeira em que acreditamos”, conclui Vieira.