Madeira

BE Madeira acusa CTT de incumprimento do contrato de prestação de serviço público

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O Bloco de Esquerda Madeira estive esta quarta-feira, 1 de Dezembro, em contacto com a população da freguesia do Monte, com o objectivo de abordar a questão do encerramento do posto dos CTT que serve os munícipes daquela freguesia e do Imaculado Coração de Maria.

Na ocasião o partido constatou o "grande descontentamento da população que se vê, mais uma vez, privada de um serviço público fundamental, particularmente para as pessoas mais idosas que ali iam levantar as suas reformas e que se vêm agora obrigadas a dirigirem-se à estação da Penteada ou da Av. Zarco".

Estamos a falar de pessoas com mobilidade reduzida, muitas com reformas mínimas e que terão também esse custo de deslocação acrescido. Para não falar que esta concentração de serviços nos postos de correio do centro da cidade irá aumentar ainda mais os tempos de espera, que já são enormes. 

O Bloco de Esquerda considera, assim, "grave que os CTT, estando contratualmente obrigados à prestação de serviço público, não tenham procurado soluções" para resolver a situação atempadamente e acusa o grupo de estar "única e exclusivamente preocupados em salvaguardar os lucros dos seus accionistas". 

O partido exige que os CTT cumpram com o contrato de prestação de serviço público e sirva a população das zonas altas do Monte, "onde não existe qualquer serviço de correios". 

O Bloco de Esquerda Madeira garante, através de nota emitida, que irá solicitar esclarecimentos junto da ANACOM sobre quais as medidas que irá tomar a fim de salvaguardar o interesse público e das populações, perante "estes graves atropelos de incumprimento que estão a ser feitos pelos CTT na Madeira". 

A degradação da qualidade dos serviços postais a que assistimos todos os dias é por demais evidente, quer ao nível do atendimento e dos longos tempos de espera quer ao nível da distribuição do correio, o que é também revelador da falta de recursos humanos, sendo que muitos deles estão em situação de precariedade. A pandemia veio aliás demonstrar as enormes falhas dos serviços de distribuição de correspondência e de encomendas e a necessidade premente de reforçar as equipas. Devemos também realçar que, nos últimos anos, os postos de atendimento dos correios foram sendo encerrados, com perdas evidentes para as populações e agravando ainda mais as assimetrias e desigualdades entre as periferias e os centros urbanos. E, muitas vezes, para colmatar este abandono das suas populações por parte dos CTT, que, recorde-se, foram privatizados em 2014 pelo governo do PSD/CDS, muitos autarcas viram-se na obrigação de contratualizarem este serviço, passando assim o Estado e os recursos públicos e pagarem aos privados por um serviço que detinham e que eram, antes da privatização, de qualidade reconhecida a nível europeu.

O Bloco de Esquerda considera urgente recuperar a empresa pelo controlo público, pelo que constará do seu programa eleitoral a nacionalização das acções representativas do capital social dos CTT.