Estratégia "Portal Global" de ajuda ao desenvolvimento da UE quer angariar 300 ME
A Comissão Europeia apresentou hoje a estratégia "Global Gateway" (Portal Global) de ajuda ao desenvolvimento que ambiciona mobilizar 300 mil milhões de euros em projetos de infraestruturas em todo o mundo até 2027, em resposta à influência chinesa.
A verba, disse a presidência da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, em conferência de imprensa, será proveniente de fundos públicos e de contributos do setor privado para, nomeadamente, ajudar à recuperação da pandemia de covid-19.
"Como parte da nossa recuperação global, queremos redesenhar a forma como ligamos o mundo para construir melhor", disse Von der Leyen, que celebra hoje o segundo ano de mandato.
O projeto reunirá recursos da União Europeia (UE), dos 27 Estados-membros, das instituições financeiras europeias e das instituições nacionais de desenvolvimento, bem como o investimento do setor privado, segundo Bruxelas.
Em resposta à estratégia de investimento da China ('Belt and Road') em infraestruturas nos países em desenvolvimento, a Portal Global quer ajudar os estados de rendimento baixo e médio que "enfrentam um fosso significativo de financiamento de infraestruturas", estimado em mais de 2,7 mil milhões de dólares em 2019 pelo Banco Mundial e agravado pela pandemia.
"A UE oferecerá o seu financiamento em condições justas e favoráveis, a fim de limitar o risco de sobre-endividamento", promovendo ainda o desenvolvimento sustentável.
Segundo um comunicado da Comissão Europeia, a pandemia da covid-19 "expôs duramente o impacto da atual infraestrutura global incompleta, incompatível ou desconectada", salientando que a falta de ligações digitais, a perturbação das cadeias de abastecimento e a escassez de bens médicos tem tremendas consequências humanas e económicas.
Com a 'Global Gateway', a UE tem como objetivo oferecer aos seus parceiros uma resposta às necessidades urgentes de desenvolver infraestruturas digitais, climáticas, energéticas e de transportes sustentáveis e de alta qualidade e reforçar os sistemas de saúde, educação e investigação em todo o mundo, tendo em conta as suas necessidades e os próprios interesses dos 27.