Madeira

Secretaria da Agricultura contribui com 25 mil euros para preservação de maçãs tradicionais

Foi assinado, nesta tarde, um protocolo entre o Governo Regional e a Associação de Agricultores da Madeira

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“O que distingue as maçãs é o seu paladar, a genuinidade, termos o prazer de comer uma maçã, que sabe a maçã”

A Secretaria Regional da Agricultura e a Associação de Agricultores da Madeira assinaram, nesta tarde, um protocolo que, na prática, vai contribuir para a preservação de cinco variedades de maçãs tradicionais da Região. Estão em causa as variedades Maçã Barral, Maçã Cara de Dama, Pêro Calhau, Pêro Domingos e Pêro da Ponta do Pargo.

Ao abrigo do protocolo, a Associação de Agricultores vai disponibilizar cinco mil plantas isentas de vírus, que tem em desenvolvimento num campo de pés-mães, a agricultores a indicar pela Direcção Regional de Agricultura. Em contrapartida vai receber 25 mil euros do Governo Regional.

Como destacou Humberto Vasconcelos, na cerimónia de assinatura do protocolo, a parceria vai permitir à Associação continuar o trabalho que tem vindo a realizar de preservação de variedades tradicionais da agricultura madeirense.

O secretário regional da Agricultura acrescentou que, no caso específico das maçãs, vai possibilitar o seguimento do trabalho da Sidra da Madeira. O objectivo é garantir que existam cada vez mais variedades regionais e em quantidade para produzir sidra de qualidade.

Neste momento, assegurou o governante, a produção existente tem tido bom escoamento, para o que tem contribuído a sidraria pública do Santo da Serra. Além desta, está em projecto uma outra, também de natureza pública, para São Roque do Faial. Estas juntam-se a uma privada dos Prazeres - Calheta, que deve entrar em funcionamento em breve e que teve o apoio público regional e europeu. A Madeira assumiu os 15% correspondentes à comparticipação nacional do projecto. O restante dinheiro veio da União Europeia.

Quem também manifestou satisfação pela concretização do protocolo e do projecto foi João Ferreira. O presidente da Associação de Agricultores da Madeira lembra que o trabalho começou há 15 anos, com o Germobanco da Macaronésia, que deu origem ao Germobanco da Madeira, numa parceria entre a Associação e a UMa.

Sobre o que distingue as maçãs alvo do protocolo, das demais, que se encontram no mercado, João Ferreira responde: “O que distingue as maçãs é o seu paladar, a genuinidade, termos o prazer de comer uma maçã, que sabe a maçã.”

O engenheiro lembrou que são maçãs ácidas, não doces, com grande poder de conservação. Se refrigeradas à temperatura correcta, podem ser conservadas de colheita a colheita.

As variedades em causa, como obrigatório por lei, estão registadas no catálogo Nacional de variedades, num trabalho desenvolvido pela associação de Agricultores da Madeira.