ONG apela à União Europeia que interceda por activista preso em Cuba
A Prisioners Defenders apelou ao Alto Representante da União Europeia para a Política Externa e a vários governos e organismos para que intercedam pelo ativista José Daniel Ferrer, que está preso em Cuba, disse esta segunda-feira a organização.
"Pedimos ao senhor Josep Borrell, à Comissão Europeia (CE), ao Governo do Canadá, ao Governo da Noruega e a todos aqueles governos através dos quais o regime ainda se utiliza de ativos financeiros e políticos e que, portanto, têm a margem de manobra e as ferramentas para exigir o respeito aos direitos humanos, que ajudem imediatamente a evitar este assassínio lento e cruel de um notável defensor dos direitos humanos", lê-se num comunicado da organização não-governamental.
Segundo a ONG de defesa dos direitos humanos, "Ferrer está na prisão Mar Verde, em Santiago de Cuba, desde que foi preso em 11 de julho, dia em que estava prestes a participar nos protestos em massa que aconteceram em mais de 50 cidades da ilha".
Em dois telefonemas, o ativista descreveu as torturas que está a sofrer na prisão e que põem em risco a sua saúde física e mental.
De acordo com Ferrer, citado pela ONG, o dissidente esteve recentemente mais de 120 dias trancado entre quatro paredes brancas, sem qualquer ventilação ou mobiliário e com uma lâmpada acesa 24 horas por dia.
O ativista tem dores de cabeça graves recorrentes, sangramento bucal, falta de ar, perda de visão e sofre ainda de "ataques sónicos", que descreveu como "sons de grilos", e de má nutrição, referiu a Prisioners Defenders.
A ONG declarou que o ativista "não recebe algum tratamento médico, excetuando a administração por engano uma droga psicoativa, Alprazolam, que lhe causou falta de ar, tendências suicidas e alteração da consciência (...)".
A Prisioners Defenders é uma organização com sede em Madrid e que tem escritórios em vários países, como Cuba.
Os seus trabalhos são referidos por entidades como o Parlamento Europeu, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, as Nações Unidas e o o Congresso dos Estados Unidos, assim como por outras organizações de defesa dos direitos como a Amnistia Internacional(AI) e a Human Rights Watch (HRW).