Retomado julgamento de 50 polícias acusados de violar direitos humanos na Venezuela
Um tribunal venezuelano retomou hoje os julgamentos de 50 polícias acusados de violar os direitos humanos durante protestos ocorridos no estado de Barinas (510 quilómetros a sudoeste de Caracas), anunciou a ONG "Uma Janela à Liberdade" (UJL).
Segundo um comunicado da UJL, o Tribunal de Recurso do Circuito Judicial Criminal do Estado de Barinas, dirigido pelo advogado Humberto José Zambrano, anulou um pedido de suspensão da ação penal solicitado pelo Ministério Público da região para o grupo de agentes policiais, "acusados de terem cometido vários crimes contra cidadãos".
Segundo a organização, alguns dos acusados são alvo de "várias investigações judiciais por violação de direitos humanos" em Barinas.
"A medida judicial envolve quase 50 agentes policiais na região, que aparecem envolvidos em ações que violaram os direitos humanos, durante protestos" convocados por opositores ao governo em 2017 e 2018, explica.
A decisão do tribunal venezuelano tem lugar cinco dias depois o Procurador-geral do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan, anunciar, ao finalizar uma visita oficial a Caracas, que as denúncias contra a Venezuela, por alegadas violações dos Direitos Humanos e crimes contra a humanidade vão passar à fase de investigação formal.
"À medida que avançamos neste caminho, entramos numa nova fase", disse Karim Khan, numa conferência de imprensa em que pediu que seja dado ao seu gabinete "o espaço de que necessita para realizar o seu trabalho".
Por outro lado, o Presidente Nicolás Maduro, disse que "não concorda, mas respeita a decisão" de passar à fase de investigação formal.