À volta dos Ilhéus
Veio a público a apresentação de um projecto/desenho de renovação da envolvência dos Ilhéus da pontinha. A ideia é de uns empresários que querem viabilizar negócios de restauração naqueles miradouros emblemáticos e no caminho real de acesso. Igualmente adaptado será o edifício que foi da PSP à entrada do porto. Nada a opor se houve concurso público. A escolha do arquitecto pressupõe um arranjo urbanístico de qualidade e uma marca para a cidade. O que espanta é a falta de enquadramento com a envolvência do espaço público que serve a entrada e saída de passageiros do ferry.
Aquilo é terceiro mundista.
Não há organização possível e pelos vistos assim vai continuar.
Uma “ilha” de tanques, zincos, becos e trânsito caótico nada condizente com um destino que dizem ser premiado como o melhor da Europa.
Os táxis escondem-se á volta dos combustíveis, os passageiros e os carros de quem os vai levar ou trazer, desencontram-se e amontoam-se.
A rotunda serve de doca de passageiros. Não há abrigos e zonas de estacionamento rápido de entradas e saídas.
O sistema de bagagens do ferry é tipo “bazar africano”.
A senhora da Apram que percebe de cereais, de matadouros, de vinhos, bordados, turismo, cultura, e portos, também deve entender que aquele quintal não está bem assim.
O Senhor arquitecto faria a obra da sua vida se enquadrasse toda a área de entrada no porto e não apenas o negócio empresarial.
Já agora, a Apram que reveja e mande refazer a argamassa alvinegra do Molhe, que é a vergonha da recuperação patrimonial da Madeira.
Numa cidade onde se têm feito recuperações exemplares como na Sé do Funchal ou no cais da Ponta do Sol, como é possível que se descaraterize e maltrate aquelas muralhas daquela forma? E a DRAC deixou acontecer?
João Freitas