Irão classifica ataque contra primeiro-ministro iraquiano como "acto de sedição"
O Irão descreveu hoje o ataque com drone à residência do primeiro-ministro iraquiano, Mustafa al-Kazemi, como um "ato de sedição" e culpou os "grupos de reflexão estrangeiros" pelo ataque, devido às suas políticas no Iraque.
"A tentativa contra al-Kazemi é um novo ato de sedição cuja origem deve ser atribuída a grupos de reflexão estrangeiros, que apenas trouxeram insegurança, clivagens e instabilidade ao povo oprimido iraniano", disse no Twitter o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional, Ali Shamkhani.
Acrescentou que estes 'think tanks' são responsáveis pela "criação e apoio de grupos terroristas e pela ocupação deste país durante anos", numa referência aos EUA.
O primeiro-ministro Al Kazemi escapou hoje ileso de um ataque com drone bomba à sua residência no centro de Bagdad.
"Estou bem, louvo a Deus, entre o meu povo, e peço calma e contenção a todos, pelo bem do Iraque", disse Al Kazemi na sua conta do Twitter.
O ataque ocorreu num momento de tensão no Iraque, na sequência de violentos confrontos entre manifestantes e polícias durante uma manifestação na passada sexta-feira em Bagdade contra os resultados das eleições legislativas de 10 de outubro.
O Irão tem grande influência política no Iraque ao apoiar importantes milícias xiitas iraquianas, algo criticado por certos setores em Bagdade e temido pelos EUA.
Tem também grande peso económico, uma vez que fornece eletricidade e gás ao país vizinho, apesar de estar sob sanções dos EUA desde 2018.