Alterações Climáticas País

Manifestação no Porto exige mais acção para travar aquecimento global

None

Meia centena de manifestantes, sobretudo jovens, desfilaram hoje na Baixa do Porto, exigindo maior empenho dos governos e das sociedades para travar o aquecimento global.

"Vamos construir um mundo livre de combustíveis fósseis", lia-se numa dos cartazes exibidos durante a marcha.

"A revolução não acontecerá no planeta B", sublinhava-se noutro.

"Não há planeta B" foi precisamente uma das palavras de ordem mais entoadas durante a marcha.

A deputada do PAN Bebiana Cunha, presente no evento, sublinhou, a propósito, a aprovação no parlamento português de legislação sobre as alterações climáticas, mas defendeu que "podia ser mais ambiciosa".

A Assembleia da República aprovou na sexta-feira a Lei de Bases do Clima, que condensa orientações para a política climática portuguesa e admite a antecipação da neutralidade carbónica do país.

O desfile do Porto, entre as praças de D. João I e General Humberto Delgado, enquadrou-se no "Dia Mundial pela Justiça Climática" e na jornada mundial de ações pelo clima, que, por sua vez, coincidem com a 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26), a decorrer em Glasgow até 12 de novembro.

"Está-se sempre a discutir os mesmos problemas, mas sem consequência nenhuma. Vamos pensar em novas estratégias e sobretudo em consequências práticas, mostrando que estamos a trabalhar", disse à Lusa Eduardo Roque, da estrutura Greve Climática Estudantil, umas quatro uma das quatro promotoras do protesto do Porto.

Outra dirigente da Greve Climática Estudantil, Joana Coimbra, declarou: "Queremos uma transição energética justa não aquela que está a delinear. Queremos medidas estruturais, que se abandonem os combustíveis fósseis e que seja e que seja adotada uma energia limpa. Mas isso não pode ser pago pelos consumidores".

Um documento divulgado a propósito deste conjunto de iniciativas, em https://salvaroclima.pt/, reclama "ação urgente para parar o caos climático", fazendo com que o aumento de temperatura global média seja limitado aos 1.5ºC.

"Tudo mais que isso implicaria alterações climáticas não só desastrosas, mas também catastróficas. Mesmo quando os governos dizem que é esse o seu objetivo, os planos atuais não nos levam nem perto desta meta", acrescenta.

Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se até dia 12, em Glasgow, na Escócia, na 26.ª COP26 para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta a entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.