“Será que temos que seguir a direcção do vento para quem manda não se incomode connosco?”
Joaquim Sousa, Raquel Coelho e Filipe Rebelo, foram os oradores na quarta palestra do ‘Masdeira 7 Talks’
Com três oradores com ligações políticas, Joaquim Sousa (PAN), Raquel Coelho (PTP) e Filipe Rebelo (PDR), inveitavelmente a palestra resvalou quase sempre para questões políticas.
O geógrafo Joaquim Sousa, ex-presidente da Escola do Curral das Freiras, não deixou passar em claro a situação que foi protagonista para questionar: “Será que temos de seguir a direcção do ento para quem manda não se incomode connosco?”. Questão que implicitamente visou o actual secretário regional de Educação por causa do processo que afastou Joaquim Sousa da escola do Curral.
Não deixou de criticar que “titular de cargo público e elemento destacado de partido político (PSD), com base em factos que não são verdadeiros – até as actas despareceram” lhe tivesse ‘feito a folha’, quando passadas 24 horas para a eleição para a direcção executiva da escola, em que Joaquim Sousa foi reeleito, decidiu extinguir o cargo do orgão público e assim ‘afastar’ o professor do Curral das Freiras. “Isto é democracia?”, questionou.
Já Raquel Coelho, que revelou ser vegetariana e ter uma vida pessoal completamenmte oposta à sua faceta política, defendeu a importância de “pensar diferente” e de “não aceitar como normal aquilo que vemos todos os dias”. Deixou claro “não combato pessoas. Mas sim ideias e ideologias” para justificar “a postura mais bélica” do PTP. Porque “é preciso haver alguém que agite as águas”, daí a necessidade de “tentar ir buscar a parte mais incómoda” para “desestabilizar o adversário”. Defensora que “temos que meter o bedelho”, Raquel justifica a necessidade de intervir para dar voz contra as injustiças.
Filipe Rebelo defendeu que acima das ideologias estão as pessoas e assegurou que subiu na vida “a pulso”.
Joaquim José Sousa tem 47 anos e é geógrafo por formação, assim como professor. Desde sempre, esteve envolvido e lutou por causas, principalmente no âmbito da Educação, pois, sendo fruto da escola pública, acredita que esta é o único verdadeiro elevador social que temos no nosso país. Para muitos é a principal cara do ‘milagre social’ que foi o Projecto Curral das Freiras, que levou a que a pequena escola do interior da Madeira tenha sido, em 2014/15, a melhor escola pública portuguesa. A juntar a isto, Joaquim Sousa é uma pessoa com grande atenção á causa ambiental, pois vê na protecção da vida e do meio ambiente causas que o motivam e que tem vindo a aprofundar na formação académica e na vida profissional.
Nos últimos anos tem tido ligações à política. Foi candidato pelo ‘Aliança’ e é actualmente o porta-voz do PAN Madeira.
Nascida em 1988, Raquel Coelho tem raízes familiares no concelho de Santa Cruz. É licenciada em Gestão de Empresas e é formada em programação pelo ‘Ironhack’. Gestora de imóveis de profissão, desde jovem, demonstrou vontade em defender os interesses e necessidades dos mais fracos e vulneráveis. Por isso, foi na política que encontrou a plataforma ideal para levar a sua luta por diante. Ao longo do seu percurso político, Raquel Coelho foi a candidata mais jovem às eleições de 2008 para a Assembleia Regional, assim como foi a líder parlamentar mais jovem da história da Assembleia Legislativa, exercendo o mandato de deputada ao longo de duas legislaturas. É uma apaixonada pela causa animal e ambiental e colabora, de forma regular e ativa, com várias associações de proteção dos animais e do ambiente.
Nascido em 1980, Filipe Rebelo é licenciado em Educação Física e Desporto pela Universidade da Madeira. Aliás, o desporto é precisamente a grande paixão do agora ex-director-geral do centenário Clube de Futebol União, que no passado esteve também ligado ao futsal. No entanto, a vida de Filipe Rebelo não é só desporto, pois tem um vasto currículo como gestor público e político. Depois de anos a militar no PSD-M, Filipe Rebelo é agora presidente do Partido Democrático Republicano (PDR) desde Julho de 2016. A juntar a isto, já serviu o município do Funchal como administrador da ‘Sociohabita’, papel que assumiu entre 2018 e 2020. A nível associativo, Filipe Rebelo é vice-presidente do Comité Paraolímpico de Portugal, assim como presidente da delegação da Madeira da Associação Portuguesa de Deficientes, onde tem vindo a implementar iniciativas meritórias e nacionalmente reconhecidas em prol das pessoas com necessidades especiais.