Madeira

Paulo Cafofo tem legitimidade para candidatar-se à Assembleia da República

O ponto central deste 'Debate da Semana' foram as eleições antecipadas agendadas para 30 de Janeiro de 2022.

Debate da semana
Debate da semana

A rubrica da TSF Madeira contou com os comentadores Miguel de Sousa, Ricardo Vieira e Antonio Trindade.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou esta quinta-feira, 4 de Novembro, que vai dissolver o Parlamento e marcar eleições legislativas antecipadas para 30 de Janeiro de 2022. O tema esteve em cima da mesa no 'Debate da Semana' moderado por Leonel de Freitas, que contou com a análise de Miguel de Sousa, Ricardo Vieira e Antonio Trindade.

Com transmissão em directo na TSF Madeira e Rádio Praia, a edição desta sexta-feira abordou ainda as repercussões dessas eleições para a Madeira. 

Ricardo Vieira começou por observar que tal como diz o provérbio árabe, Marcelo Rebelo de Sousa ficou “escravo da palavra dada” ao ameaçar convocar eleições antecipadas com o chumbo do Orçamento do Estado. 

"Por vícios da sua fase de comentador, por vezes excede-se nos comentários e nas perspectivas do que vai acontecer politicamente", para o advogado foi essa advertência que levou ao chumbo do orçamento: “Eu acho que [sem a ameaça] provavelmente avançaria para um segundo orçamento”.

O também militante do CDS considera que o chumbo do Orçamento do Estado não obriga à queda do governo e considera o processo eleitoral em Portugal "demasiado longo", algo "desnecessário", disse. 

Por via Zoom e em directo do Porto, Miguel de Sousa considera que a "natureza" do Governo da República estava esgotada, “tinha acabado a confiança entre as partes” explicando que já não havia maioria porque não chegaram a acordo: "Se os sócios não se entendem como é que a empresa vai funcionar?”.

Para o ex-deputado do PSD, António Costa não fez remodelações no governo porque já previa eleições antecipadas.

António Trindade discorda. Para o hoteleiro nem o governo, nem o presidente do governo julgavam que iria haver um chumbo do orçamento. O PCP decresceu nas últimas eleições e quis lavar a face e voltar à sua matriz, situação que Costa e Marcelo não se aperceberam, repara. 

Ricardo Vieira entende que com estas eleições o governo pode ser mais penalizado do que julga e aponta para a união dos partidos à direita. 

O administrador da Empresa de Cervejas da Madeira, Miguel de Sousa, é categórico: o PSD deve concorrer sozinho. 

Miguel de Sousa defende um futuro sem coligação PSD/CDS justificando que o partido "mobiliza-se muito melhor sozinho do que arrastando outros parceiros e principalmente o CDS numa situação extraordinariamente difícil”. Para o antigo deputado do PSD, a solução para Portugal seria um governo de maioria absoluta do PS ou do PSD “Os portugueses têm de entender isso”, frisou. 

António Trindade não descarta a possibilidade de um governo de maioria absoluta do PS ou do PSD, mas acrescenta um outro cenário - uma nova coligação - "em ambiente bloco central". 

Por sua vez, Ricardo Vieira descarta “soluções de governo absoluta de um só partido", algo que diz não existir "em lado nenhum”. "Não há hipótese de governo de partido único", reforça. 

Repercussões para a Região Autónoma da Madeira

Na sequência dos comentários públicos de Paulo Cafofo a criticar o chumbo do Orçamento do Estado, foi questionado a possibilidade do seu regresso. 

A opinião foi unânime. Paulo Cafofo tem legitimidade para candidatar-se à Assembleia da República para o Círculo Eleitoral da Região Autónoma da Madeira.

António Trindade justifica com a “representatividade" que Paulo Cafofo teve. O socialista poderá assim seguir na lista do PS para Lisboa e “fazer uma experiência num outro ambiente parlamentar”.

Miguel de Sousa considera que o PS Madeira poderá terá problemas para apresentar a sua lista e aponta Cafofo como hipótese. Para o antigo deputado, os sociais democratas são o único partido "em condições de arranjar uma lista sem qualquer dificuldade". 

Ricardo Vieira destaca que Paulo cafofo foi quem trouxe mais votos ao PS na Madeira, fazendo o partido subir e tirou a maioria absoluta ao PSD, considerando "legítimo" o seu regresso.