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Financiamento climático de 86 mil milhões euros será atingido em 2022

Foto: EPA/IAN LANGSDON
Foto: EPA/IAN LANGSDON

O enviado especial dos Estados Unidos para as alterações climáticas, John Kerry, disse hoje que em 2022 será alcançada a meta consagrada pelos países desenvolvidos de mobilizarem anualmente 86 mil milhões euros.

A meta, prevista no acordo climático de Paris, de 2015, devia ter sido atingida no ano passado.

Agora, graças ao contributo do Japão, que anunciou o desbloqueamento de mais de 1.700 milhões de euros que irão impulsionar cerca de 7.000 milhões de euros em investimento privado, a meta será alcançada em 2022, um ano antes do que estava previsto quando começou a cimeira mundial do clima de Glasgow, no Reino Unido, avançou Kerry, numa conferência de imprensa.

Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se em Glasgow, na 26.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26), até 12 de novembro, para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

"As pessoas estão convencidas de que é preciso mudar. Depois de ter participado em muitas COP, aqui [na COP26] há um sentido maior de urgência (...). Nunca vi nos primeiros dias de uma COP tantas iniciativas e tanto dinheiro real sobre a mesa, embora haja perguntas legítimas sobre parte desse dinheiro, o que compreendo", afirmou John Kerry, que foi secretário de Estado durante a presidência norte-americana de Barack Obama.

Em tom moderadamente otimista, o enviado climático do Presidente Joe Biden referiu que existe um "progresso genuíno", embora recordando que "o trabalho não está feito".

A COP26 ocorre cerca de seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5ºC e 2ºC acima dos valores da época pré-industrial.

Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia da covid-19, segundo a ONU, que estima que ao atual ritmo de emissões as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7ºC.