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Presidente da COP26 pede a Estados que escutem a voz dos jovens

Foto: EPA/ROBERT PERRY
Foto: EPA/ROBERT PERRY

O presidente da COP26, Alok Sharma, apelou hoje aos líderes políticos mundiais para ouvirem "a voz dos jovens", que se manifestaram hoje em Glasgow, e as incorporem nas negociações sobre o futuro da luta contra as alterações climáticas.

Numa conferência de imprensa sobre o dia dedicado à juventude e capacitação da sociedade civil na cimeira mundial do clima, que decorre até dia 12 em Glasgow, na Escócia, o responsável elogiou a "paixão e o compromisso" demonstrados pelos jovens, que hoje se manifestaram nas ruas de Glasgow para exigir dos governos ação contra o aquecimento global.

Alok Sharma também fez o balanço da primeira semana de reuniões técnicas entre as delegações dos diferentes Estados, com vista a alcançar um consenso até 12 de novembro, quando termina a COP26, sobre um pacto global para limitar o aquecimento global a 1,5 graus celsius neste século.

Alok Sharma pediu aos negociadores que encerrem "o maior número possível de assuntos" agora, para que possa haver bons resultados nas conversações a nível ministerial que começam na próxima semana.

O responsável também prometeu que será assegurado aos observadores o acesso às negociações, tanto pessoalmente como através da plataforma digital, após a rede internacional de organizações internacionais "Climate Action Network" (CAN) ter descrito a cimeira nos últimos dias como "a mais exclusiva".

Além da manifestação de hoje esta marcado outro grande protesto para sábado em Glasgow, que deverá contar com a presença de cerca de 100.000 pessoas.

Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se até 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, na 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta a entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.

Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que, ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.