Putin apela a reconhecimento de vacinas e quer reforço de relações com a China
O Presidente russo exortou hoje todos os países a um reconhecimento mútuo das vacinas contra o novo coronavírus, em pleno surgimento de uma nova variante, e assegurou que seu país vai fortalecer as relações com a China.
"Apenas poderemos combater eficazmente [a pandemia] através da coordenação das ações de toda a comunidade internacional", declarou Putin durante uma intervenção no Fórum de Investimentos VTB "Rússia Chama", em Moscovo.
O líder do Kremlin referiu-se designadamente ao "reconhecimento mútuo das vacinas e dos certificados de vacinação" e à "disponibilização das vacinas para todas as regiões do planeta".
Estas declarações surgem após o anúncio emitido na semana passada pela África do Sul da existência de uma nova variante do covid-19, designada Ómicron, e que está a suscitar interrogações sobre a eficácia das vacinas existentes.
Na sua alocução, Putin também abordou questões geopolíticas para sublinhar que a Rússia não receia o aumento do poderio económico e militar da China, e prosseguirá no aprofundamento das relações com Pequim na base do respeito mútuo.
"Vamos desenvolver as nossas relações com a China da forma que considerarmos necessária. Estamos satisfeitos com o nível das nossas relações. Pensamos que ainda podem ser mais profundas, intensas e proveitosas, para o povo da Rússia e para o povo chinês".
Putin aludiu à forma como o ocidente o tentou atemorizar desde 2000, quando foi eleito Presidente, sobre o poderio da China e indicou que, desde então, são aqueles que lhe instilaram medo "que agora estão assustados".
Nesta perspetiva, defendeu a necessidade de um sistema de segurança internacional que defenda interesses comuns.
O Presidente russo também assegurou neste Fórum económico que o seu país pretende exportar hidrogénio para a União Europeia (UE), através dos gasodutos existentes, e pediu ao seu Governo para estudar essa possibilidade.
Em paralelo, mostrou-se muito evasivo sobre uma eventual candidatura a um novo mandato em 2024, apesar de elogiar a reforma constitucional que lhe fornece a possibilidade de se manter no poder, em nome da "estabilidade".
A covid-19 provocou pelo menos 5.206.370 mortes em todo o mundo, entre mais de 261,49 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.441 pessoas e foram contabilizados 1.147.249 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, foi recentemente detetada na África do Sul, tendo sido identificados, até ao momento, 13 casos desta nova estirpe em Portugal.