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ONU denuncia dezenas de assassínios de jornalistas em 2020

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No ano passado, 62 jornalistas foram assassinados apenas por fazerem o seu trabalho, denunciou a agência da Organização das Nações Unidas para a Ciência, Cultura e Educação (UNESCO, na sigla em Inglês).

Em comunicado, a entidade acrescentou que entre 2006 e 2020 o total destes profissionais assassinados no cumprimento do seu dever ascende a 1.200, com nove em cada dez casos a ficarem impunes.

No Dia Internacional para Acabar com a Impunidade dos Crimes contra Jornalistas, que é 02 de novembro, o secretário-geral da ONU, António Guterres, salientou que muitos jornalistas perderam as suas vidas enquanto cobriam conflitos, mas que o número de vítimas fora das zonas de conflito está a aumentar.

"Em muitos países, só por investigarem corrupção, tráficos, violações dos direitos humanos ou problemas ambientais os jornalistas ficam com as vidas em risco", disse Guterres.

O chefe da ONU salientou que "os crimes contra os jornalistas têm um enorme impacto na sociedade, porque impedem as pessoas de tomarem decisões informadas".

No mesmo dia, a One Free Press Coalition divulgou a sua lista mensal com 10 casos prioritários, desta vez todos relativos a jornalistas assassinados e cujos autores não foram levados à justiça.

Esta coligação de meios salientou que 81% dos casos de assassínio de jornalistas nos últimos 10 anos estão impunes, segundo o índice de Impunidade Global, do Comité de Proteção de Jornalistas.

A lista da One Free Press Coalition relativa a novembro inclui os nomes dos jornalistas Roohollah Zam (iraniano), enforcado em dezembro de 2020, Tara Singh Hayer (canadiano), morto a tiro na sua garagem em Vancouver, em 1998, Valério Luís de Oliveira (brasileiro), assassinado a tiro em 2012, Regina Martina Pérez (mexicana), assassinada em 2012, Nikolai Andrushchenko (russo), assassinado em 2017, Sardasht Osman (iraquiano), assassinado em 2010, Ahmed Hussein-Suale Divela (ganês), assassinado em 2019, Sisay Fida (etíope), assassinado este ano, Gauri Lankesh (indiano), assassinada à entrada de casa em 2017, e Sagal Salad Osman (somali), assassinada em 2016, à saída do 'campus' universitário.

Entre as dezenas de associados da One Free Press Coaliton estão as agências Bloomberg, Efe, Reuters e AP, a televisão Al Jazeera, os meios europeus Corriere Della Sera, De Standaard, Deutsche Welle, Süddeutsche Zeitung e EURACTIV, os 'económicos' The Financial Times, Forbes e Fortune, a revista TIME ou ainda o The Washington Post.

A One Free Press tem como parceiros o Comité de Proteção dos Jornalistas e a Fundação Internacional das Mulheres nos Meios.