UE e NATO prometem apoiar Lituânia contra guerra híbrida de Lukashenko
A presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, e o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, prometeram ontem o seu apoio à Lituânia face à guerra híbrida organizada pelo regime do Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.
Numa conferência de imprensa em Vilnius com o Presidente lituano, Gitanas Nauseda, e a primeira-ministra, Ingrida Simonyte, Von der Leyen expressou a "plena solidariedade da União Europeia [EU] para com a Lituânia, Letónia e Polónia nestes tempos difíceis".
"Lukashenko falhou na sua tentativa de minar a solidariedade e unidade da UE", disse a presidente da Comissão Europeia.
Há meses que a Lituânia enfrenta um "cínico e perigoso ataque híbrido" organizado pelo regime de Lukashenko que põe em risco a vida de civis inocentes, ao qual o país báltico respondeu com "humanidade e firmeza", afirmou.
A UE, sublinhou, continuará a apoiar a Lituânia e triplicará o financiamento para a gestão de fronteiras no país, na Letónia e na Polónia, para 200 milhões de euros, este ano e no próximo.
Para combater várias formas de ataques híbridos - desinformação, ciberataques ou a atual situação de "instrumentalização de seres humanos por razões políticas" - é importante que a UE e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, OTAN na sigla francesa) trabalhem em conjunto.
Para responder a estes ataques crescentes, a UE e a NATO devem "avançar para o nível seguinte", disse, anunciando que estão em curso trabalhos sobre uma nova declaração conjunta para renovar e atualizar a cooperação, para criar uma "aliança muito forte".
"O regime de Lukashenko está a explorar as pessoas vulneráveis para exercer pressão sobre os países vizinhos. Isto é desumano e cínico", disse Stoltenberg.
Segundo o secretário-geral, "nenhum aliado da NATO está sozinho" e "esta crise afeta tanto a NATO como a UE", da qual a Lituânia é membro.
Referiu-se também ao objetivo de melhorar a cooperação entre a NATO e a UE com uma nova declaração conjunta, porque ambas as organizações, sublinhou, são "mais fortes e mais seguras" quando cooperam.
Gitanas Nauseda, por sua vez, referiu que não há dúvida de que "o regime de Lukashenko e as forças que o apoiam continuarão a testar com todos os meios e táticas possíveis a unidade do mundo ocidental, e a sua capacidade de responder e repelir ataques híbridos sob a forma de migração ilegal".
Por seu turno, , Ingrida Simonyte salientou a importância de recordar a origem deste ataque híbrido: "O povo bielorrusso foi privado do seu direito de decidir o seu próprio destino, e foi assim que a UE avaliou a situação."
A Lituânia registou o maior número de travessias ilegais da fronteira com a Bielorrússia, cerca de 4.200, antes de começar a recusar entrada de pessoas em agosto.