Suíços aprovam em referendo lei que impõe "passaporte covid"
Os suíços aprovaram hoje em referendo a lei que permite ao Governo impor o chamado "passaporte covid" aos cidadãos que pretendam utilizar determinados serviços ou aceder a determinados locais.
Estes locais podem ser, por exemplo, restaurantes, cinemas, missas, e espaços de espetáculos ou eventos desportivos com mais de 1.000 pessoas.
O "sim" à "lei covid" teve o apoio de 61% dos votantes, os quais não se deixaram convencer pela agressiva campanha organizada pelos opositores à norma legal de imposição do documento que prova que uma pessoa está completamente imunizada contra a covid-19, seja porque recebeu as doses necessárias de uma vacina ou porque tem um teste negativo.
A lei contempla as ajudas aos setores mais afetados economicamente pela pandemia.
Caso o "não" tivesse saído vencedor no referendo, o Governo não tinha forma de renovar essas ajudas, que expiram nos primeiros meses de 2022, mesmo que fossem consideradas necessárias.
Várias cidades suíças foram cenário nas últimas semanas de protestos contra a imposição do passaporte sanitário, que, ao contrário de outros países europeus, não é necessário para utilizar transportes públicos ou para aceder ao local de trabalho.
Os promotores do referendo contra o documento sustentavam que a sua utilização cada vez mais generalizada discrimina os não vacinados, indo contra a sua liberdade individual e constituindo uma obrigação indireta de vacinação.
Além disso, opunham-se ao rastreio eletrónico de contactos de uma pessoa contaminada, conforme está previsto na "lei covid".
À exceção da extrema-direita, todos os partidos políticos suíços pediram aos cidadãos que apoiassem a norma legal, por a considerarem como única forma da população manter uma vida mais ou menos normal.
A covid-19 provocou pelo menos 5.193.392 mortes em todo o mundo, entre mais de 260,44 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
Uma nova variante, a Ómicron, foi recentemente detetada na África do Sul e, segundo a Organização Mundial da Saúde, o "elevado número de mutações" pode implicar uma maior infecciosidade.