Incidente em central nuclear chinesa terá origem num defeito de reservatório
O incidente que conduziu em julho à paragem de um reator da central nuclear de Taishan, na China, ter-se-á devido a um defeito na conceção do reservatório, indicou hoje uma comissão especializada francesa.
A central, única no género no mundo, foi construída pela empresa elétrica francesa EDF, que explora a infraestrutura com o operador chinês CGN, que anunciou em 01 de julho a paragem do reator 1 para manutenção.
O incidente que levou à paragem do reator nuclear de água pressurizada de terceira geração foi reportado em 14 de junho como uma acumulação de gases radioativos raros no circuito primário da central devido a danos num pequeno número de barras de combustível de urânio, tendo sido desvalorizado pelas autoridades, que consideraram-no uma situação corrente, afastando qualquer perigo.
Numa carta dirigida hoje à Autoridade de Segurança Nuclear francesa, a Comissão de Investigação e Informação Independentes sobre a Radioatividade refere que os danos observados nos "conjuntos de combustível nuclear devem-se principalmente a vibrações anormais que estarão ligadas a um defeito de conceção do reservatório" do reator.
Segundo esta comissão, que cita informações dadas por um francês que trabalha na indústria nuclear e teve acesso a elementos técnicos sobre a situação do reator 1 de Taishan, resultados de ensaios feitos em 2007-2008 pela empresa produtora de reatores nucleares Framatome, do grupo EDF, terão revelado problemas na hidráulica do reservatório.
A companhia elétrica francesa alega que continuam a ser investigadas as causas do incidente.
Depois dos Estados Unidos da América e da França, a China é o país que tem mais centrais nucleares, ao todo 50.