Governo dos Açores não vai alterar calendário escolar devido à pandemia
A secretária regional da Educação dos Açores, Sofia Ribeiro, considerou hoje que não há "qualquer indício" sobre a necessidade de alterar a calendário escolar nos Açores, na sequência da crise pandémica da covid-19.
A governante falava à margem da entrega de diplomas da Escola Profissional Monsenhor João Maurício de Amaral Ferreira, no concelho da Povoação. No continente português, as aulas vão recomeçar em 10 de janeiro depois das férias do Natal para conter o aumento do número de casos de covid-19, anunciou na quinta-feira o primeiro-ministro. "Introduzimos uma ligeira alteração no calendário escolar, adiando a reabertura do início do segundo período para o dia 10 de janeiro", disse António Costa na conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros na qual foram decididas novas medidas para combater a pandemia.
O primeiro-ministro adiantou que estes cinco dias vão ser recompensados "com a redução de dois dias da interrupção do Carnaval e de três dias da interrupção na Páscoa". Nos Açores e na Madeira os Governos Regionais têm autonomia para definir o calendário escolar. Sofia Ribeiro sublinhou que "o encerramento do regime presencial nas escolas, a alteração do calendário escolar, a transição para regimes de ensino à distância deve constituir sempre o último reduto". "Continuamos a acompanhar, com a Secretaria da Saúde e Desporto, a situação epidemiológica, que afere não apenas a existência de novos casos de contágio, mas também os níveis de hospitalização e de óbitos que possam vir a ocorrer", disse Sofia Ribeiro.
A Autoridade Regional de Saúde dos Açores diagnosticou nas últimas 24 horas seis casos de covid-19, sendo três na Terceira, um em São Miguel, um em São Jorge e um no Faial, resultantes de 776 testes realizados.
A região regista 263 casos ativos, sendo 201 em São Miguel, 21 na Terceira, 21 em São Jorge, 18 na Graciosa e dois no Faial. Portugal contabiliza hoje mais 3.364 casos confirmados de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2 e 12 mortes associadas à covid-19, além de um novo aumento do número de internados em enfermaria e em cuidados intensivos, segundo dados oficiais. De acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado hoje, estão agora internadas 708 pessoas (mais três do que na sexta-feira), das quais 104 em cuidados intensivos (mais quatro).
A covid-19 provocou pelo menos 5.180.276 mortes em todo o mundo, entre mais de 259,46 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse. A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China. Uma nova variante, a Ómicron, foi recentemente detetada na África do Sul e já foi identificada noutros países. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o "elevado número de mutações" pode implicar maior infecciosidade.