Madeira

Ryanair "vai calhar bem à Madeira e aos madeirenses"

Comentadores do Debate da Semana vêem com bons olhos entrada no mercado da nova companhia 'low cost'

“Porque disparam os casos de covid-19 na Madeira?”, “Deve a Região seguir a orientações de Lisboa sobre os testes na origem das viagens?”, “O que vai mudar com a Ryanair?” Estes foram os temas discutidos no programa Debate da Semana, da TSF-Madeira, desta sexta-feira, 26 de Novembro, com António Trindade, Ricardo Vieira e Miguel de Sousa. Uma conversa, moderada por Leonel de Freitas, que teve lugar no Savoy Palace, onde decorre a 9.ª edição da 'Essência do Vinho'.

Na opinião de Miguel de Sousa a vinda da companhia aérea de baixo custo para a Madeira é sinónimo de que a rota é rentável.

É sinal que eles têm expectivas de ganhar dinheiro e de fazer negócio, porque senão não vinham”, disse, deixando também críticas à TAP. “Não é como a TAP que, para vir para a Madeira, tem de ter aqueles preços absurdos (…) Para o Porto Santo também só vai se for rentável”.

“O que eu lhes pergunto é: como é que uma empresa que só faz voos rentáveis tem prejuízo?”, questiona o comentador, que entende ainda que os voos para a Madeira estão “a pagar muito prejuízo de outros destinos”.

A propósito da vinda da Ryanair para a Madeira, Miguel Sousa recorda ainda que já durante o seu mandato como vice-presidente do Governo Regional defendia a introdução de mais uma companhia aérea na RAM, inclusive de uma companhia madeirense.

Uma outra questão levantada pelos comentadores prende-se com a presença do ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, na conferência de apresentação da nova base da companhia no Aeroporto da Madeira.

“Quem é que trouxe [a Ryanair para a Madeira]? (…) O ministro da Economia ou o secretário regional do Turismo?” (…) Penso que se o ministro da Economia estava na mesa principal deve ter tido alguma coisa a ver com aquilo”, atirou Miguel Sousa.

Na mesma linha, António Trindade nota que o ministro da Economia veio cá porque “este tema da Ryanair é discutido em termos nacionais há mais de seis anos”. “A Ryanair exige verbas relativamente elevadas para fazer esta operação e foi encontrado um entendimento através do Turismo de Portugal”, entidade que está sob a alçada do Ministério da Economia e Transição Digital, sustenta o hoteleiro.

Trindade que, de resto, vê com bons olhos a vinda para a Madeira da nova companhia, que a seu ver vem resolver o problema do “défice de transporte para a Madeira”.

“Como cidadão e como empresário eu diria bem-vinda Ryanair”, sublinha o comentador, frisando que a Ryanair vem contribuir para “melhorar as acessibilidades para Lisboa e Porto” e, ao mesmo tempo, “a Madeira está muito mais próxima de várias origens europeias, com uma companhia tem uma política de preços de uma agressividade enorme”.

Nas palavras de Miguel Sousa – apesar da decisão da Ryanair vir para a Madeira envolver “outros destinos, outras orientações, outras estratégias” – “calhou bem” à companhia e “também vai calhar bem à Madeira e aos madeirenses”.

Por seu turno, Ricardo Vieira considera que o sector da aviação em Portugal “vai sofrer, até ao fim do ano, grandes transformações”.

“Julgo que vamos ter surpresas em relação à TAP”, afirmou, deixando antever que as novidades podem passar por uma “solução internacional”, nomeadamente por um investimento da Lufthansa.

Testes à covid-19 na origem

Em relação à pandemia, Ricardo Vieira considerou que “temos que estar preparados para ter alguns anos de covid e algumas quartas, quintas, sextas doses de vacinas”.

Sobre as medidas anunciadas para o território nacional, o comentador não tem dúvidas que algumas delas serão aplicadas na Região.

“Em relação às viagens aéreas do estrangeiro”, por exemplo, acredita que vamos ser abrangidos pela mesma regra que dita que as companhias serão responsáveis pelo transporte dos passageiros não vacinados.

Ainda sobre este tema, tanto Ricardo Vieira como Miguel Sousa, defendem a realização de testes na origem das viagens.

“Rui Rio não tem nenhuma palavra sobre a Madeira”

Sobre as eleições do PSD, sem avançar com previsão de resultados, Miguel Sousa deixou antever o seu sentido de voto, considerando a referência à Madeira nos respectivos programas eleitorais como factor decisão.

“Em termos de programa o Rui Rio não tem nenhuma palavra sobre a Madeira, nem sobre as autonomias (…) O Paulo Rangel tem lá bastantes conteúdos”, nomeadamente, o compromisso com um sistema fiscal próprio para as duas autonomias”, remata o comentador.