Décimas eleições directas para escolher presidente entre Rio e Rangel
O PSD vai escolher no sábado o seu próximo presidente, nas décimas eleições diretas da história do partido, e à qual concorrem o atual líder Rui Rio e o eurodeputado Paulo Rangel.
Para Rui Rio, serão as suas terceiras diretas, tendo derrotado em 2018 Pedro Santana Lopes e em 2020 Luís Montenegro, numa inédita segunda volta no PSD, apesar de a regra ter sido inscrita nos estatutos sociais-democratas em 2012.
Já Paulo Rangel disputará pela segunda vez a presidência do PSD, depois de ter concorrido em 2010 contra Aguiar-Branco e Pedro Passos Coelho, que este venceu com mais de 60% dos votos após uma derrota dois anos contra Manuela Ferreira Leite.
Desde que foram introduzidas as diretas no PSD, em 2006, apenas um presidente em exercício se recandidatou e perdeu - Marques Mendes -, e dois recandidataram-se e ganharam, Pedro Passos Coelho e Rui Rio, em 2020.
Os restantes líderes no PSD desde 2006, Luís Filipe Menezes e Manuela Ferreira Leite, saíram pelo próprio pé, o primeiro antes de completar o mandato.
A vitória de Rui Rio sobre Luís Montenegro há dois anos na segunda volta por cerca de 53% dos votos contra 46,8% foi a mais curta de sempre entre os dois primeiros candidatos em eleições diretas na história do PSD, uma diferença de pouco mais de seis pontos percentuais e de 2.071 votos.
Das nove eleições diretas já disputadas no PSD, em quatro apenas houve um candidato a líder, caso da primeira que consagrou Marques Mendes por este novo método e das três reeleições do anterior presidente, Pedro Passos Coelho.
Por três vezes as diretas foram disputadas entre dois candidatos: em 2007, entre Marques Mendes e Luís Filipe Menezes, que o segundo venceu com uma diferença de dez pontos percentuais; em 2018, entre Rui Rio e Pedro Santana Lopes, que o atual presidente do PSD venceu com uma diferença de oito pontos, e, agora, nas diretas do próximo sábado.
Cerca de 46 mil militantes do PSD com as quotas em dia podem votar nas diretas para escolher o próximo presidente, um universo eleitoral superior à das últimas diretas, quando foi introduzido um novo regulamento, que apenas permite o voto a quem tem quotas válidas no mês da eleição.
Se em 2020 o universo de votantes foi dos mais baixos de sempre, rondando os 40.000, a participação em percentagem foi a mais alta de todas as diretas, ultrapassando os 80% na segunda volta.
Em números absolutos, o recorde de eleitores (78.094) e de votantes (51.748) registou-se em 2010, com quatro candidatos à liderança: Pedro Passos Coelho, Paulo Rangel, José Pedro Aguiar-Branco e Castanheira Barros.