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O PCP e o chumbo do OE do PS

Diversos amigos meus, militantes e ou votantes no PS, dizem-me taxativamente que são contra a direito e que o PCP ao chumbar o orçamento estava a estender a passadeira vermelha para a direita ir para o poder, esquecendo os governo de coligação PS/CDS ou PS/PSD, etc...

Vamos falar claro: o governo da chamada “Geringonça” não era um governo com o PCP, mas sim um governo minoritário que teve o acordo parlamentar do PCP, para repor os direitos dos cidadãos nos tempos da “troika”, mas sem esquecer que foi o governo PS/Sócrates que traiu o país e pediu a intervenção da “troika”.

Vamos ao OE 2022, as promessas plasmadas e não cumpridas:

SNS – o PS afirma que vai construir o novo Hospital Oriental de Lisboa, sim uma parceria público-privada infraestrutural. Há mais de 2 anos que o Júri não decide quem irá fazer a obra, porém um deputado socialista madeirense afirmou que o novo Hospital da Madeira, mais pequeno, custava mais que o HLO, um hospital maior.

O OE tinha plasmado que a obra do Hospital de Évora iria avançar e até em 9 de Novembro de 2020 foi anunciado que a consignação dos trabalhos no valor de 210 milhões (180 milhões para a construção e mais 30 milhões para equipamentos de tecnologia de ponta.

A lotação de 351 camas, mais 30 camas de cuidados intensivos intermédios e 15 de cuidados paliativos.

Hospital do Seixal: em 22 de Janeiro de 2018 foi autorizada a verba de 1,2 milhões para o projecto deste hospital, mas até esta data zero projecto.

O processo de criação deste hospital remonta a 2009, quando o Estado assinou o acordo com a Câmara Municipal do Seixal.

Este hospital para uma população de 160 mil habitantes seria vocacionado para cuidados de ambulatório, com serviço de urgência durante 24 horas, 23 especialidades e unidades de apoio domiciliárias e de medicina física e reabilitação.

Hospital Central do Algarve: em 2008, Sócrates e Ana Jorge presidiram ao lançamento do concurso público para o novo hospital com 574 camas, 9 salas de operações, 86 gabinetes de consulta externa e 91 postos de Hospital de Dia.

O investimento era 250 milhões, seria uma parceria público-privada, sendo o valor final do investimento de 267 milhões, sendo que estava prevista a entrada em funcionamento em 2013. Já passaram 8 anos e nada!

Equipamentos de alta tecnologia: estavam previstos 250 milhões para equipamentos de alta tecnologia e substituição de equipamentos obsoletos, mas nem sequer foram efectuados os respectivos Cadernos de Encargos.

Novo Aeroporto de Lisboa: o imbróglio do novo Aeroporto Montijo ou Alcochete mantém-se e esta infraestrutura aeroportuária que deverá estar concluída em 2024, não ata nem desata, apesar do Ministro Pedro Santos que antes de 2035 o aeroporto estará construido.

Infraestruturas ferroviárias e ambiente: sim, existem estudos e mais estudos e todos estão de acordo que é necessário uma melhor ferrovia, por questões económicas e ambientais, mas a única coisa palpável que conhecemos foi a compra de carruagens velhas a Espanha e que estão a ser recuperadas em Portugal.

Política de salários: no limite das forças, o PCP solicitava o ordenado mínimo no valor de 750 euros, mas o PS não passou de 707 euros.

A inflação em Portugal ronda os 1,8% e o governo oferece à função pública 0,9% exactamente metade da inflação.

Estudos elaborados por Eugénio Rosa falam da “distorção social” em que o salário mínimo representa uma proporção cada vez maior do salário médio, tendo atingido 67% da remuneração média.