Madeira regista mais de 100 queixas por violência doméstica no primeiro semestre
Rita Andrade diz que o número de pedidos de ajuda aumentou com a pandemia
O número de queixas por violência doméstica tem vindo a aumentar com a pandemia. Enquanto no último ano houve 177 pedidos de ajuda, no primeiro semestre de 2021 foram já registadas mais de 100 queixas. Os dados foram revelados esta manhã por Rita Andrade, na apresentação do III Plano Regional Contra a Violência Doméstica 2021-2025.
A secretária regional de Inclusão e Cidadania explicou que esta violência assume, na sua maioria, uma forma física, mas adiantou que muitas vezes é também psicológica, financeira e sexual. “O pior ano em termos de mortes foi 2017. Mortes são situações limite e temos de actuar antes e, por isso, este plano está muito virado para a prevenção”, explicou, adiantando que o plano conta agora com 20 parceiros e assenta em várias linhas, nomeadamente ao nível da prevenção, com um conjunto de acções, apoio à vítima, do seu empoderamento e da ajuda na sua reabilitação, “porque muitas vezes as vítimas ficam sem dignidade de vida”.
Nesta iniciativa, Rita Andrade enalteceu todo o trabalho que tem sido feito por todas as entidades envolvidas ao longo dos anos e aproveitou para debater sobre esta temática e sobre o que deve ser feito para combater este problema que assola a ilha e o mundo.
Até porque a governante considera preocupante que “20% das vítimas de violência doméstica só apresentem queixa pela primeira vez ao fim de 20 anos”.
Rita Andrade revelou ainda que 65% das mulheres que apresentam queixa têm entre 30 e 54 anos, sendo que, em cerca de 60% os agressores são maridos ou companheiros das vítimas.
Por fim, informou que a Região possui três casas de abrigo que acolhem, neste momento, 11 mulheres e 9 crianças.