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Autoridade saúde francesa recomenda terceira dose a partir dos 18 anos

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As autoridades de saúde francesas recomendaram hoje que o reforço da vacina anticovid-19 seja dado a todas as pessoas a partir dos 18 anos, cinco meses após a vacinação completa.

A recomendação da Alta Autoridade de Saúde (HAS, na sigla em francês) foi divulgada horas antes de o Governo anunciar novas medidas para combater a quinta vaga da pandemia em França, descrita pelo executivo como "fulgurante".

O anúncio do ministro da Saúde, Olivier Veran, está marcado para as 12:30 em Paris (11:30 em Lisboa).

A recomendação é suscetível de prenunciar o que o ministro vai anunciar, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

Num parecer emitido apenas seis dias antes, na sexta-feira, a HAS tinha recomendado que a dose de reforço fosse dada a partir dos 40 anos, seis meses após a última injeção.

A HAS decidiu reduzir estes prazos porque o "reinício da epidemia" é "ainda mais forte do que o esperado", segundo explica na nova recomendação, citada pela AFP.

"O contexto preocupante da epidemia justifica uma aceleração da campanha de vacinação, encurtando o tempo entre a primeira vacinação e a dose de reforço", justificou.

Por conseguinte, "recomenda que a administração de uma dose de reforço possa doravante ser realizada logo cinco meses após a vacinação primária e que a campanha de reforço possa ser alargada a partir de agora a pessoas com 18 anos de idade ou mais".

A HAS disse que se baseia em particular em projeções do Instituto Pasteur, que avaliam a redução dos picos de hospitalização se a dose de reforço for administrada a partir dos 18 anos de idade.

Segundo a HAS, esta redução é de 39% se o reforço for dado seis meses após a última injeção, e sobe para 50% se for dado a cinco meses.

A HAS disse que a validade desta estratégia é também sustentada por "dados de estudos da vida real realizados em Israel".

Além do reforço, "é essencial continuar os esforços para vacinar as pessoas que ainda não foram vacinadas", alertou.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, reuniu-se com os conselheiros mais próximos num Conselho de Defesa Sanitário, na quarta-feira, de forma a ouvir cientistas, mas também pessoal médico e os seus ministros sobre a situação da pandemia no país.

Um porta-voz do Governo excluiu, na quarta-feira, a possibilidade de o país enfrentar um novo confinamento, um recolher obrigatório ou o encerramento de estabelecimentos comerciais.

Referiu, porém, a necessidade da aplicação de medidas de prevenção, como a utilização de máscaras na rua, bem como a administração de uma dose de reforço da vacina contra a covid-19.

A França registou esta semana mais de 30 mil novos casos diários de covid-19, o número mais elevado desde o início de agosto.

A pandemia provocou cerca de 119.000 mortos em França, em mais de 7,4 milhões de infeções.

A nível mundial, morreram mais de 5,1 milhões de pessoas, entre mais de 258,2 milhões de infeções pelo coronavírus SARS-CoV-19, desde o início da pandemia.

O novo coronavírus responsável pela doença respiratória foi detetado pela primeira vez na China, no final de 2019.