Mundo

Exército federal anuncia morte de 12 generais das forças separatistas do Tigray

Foto: TPLF. EPA/STR
Foto: TPLF. EPA/STR

O exército etíope matou desde terça-feira 12 comandantes rebeldes da Frente Popular de Libertação do Tigray (TPLF), em guerra com o governo federal, anunciou hoje o porta-voz do executivo, Legesse Tulu.

"Durante uma operação (...) em Kemise [uma cidade a 300 quilómetros a nordeste de Adis Abeba], seis chefes militares superiores da força inimiga foram destruídos juntamente com os seus guarda-costas", disse Legesse na televisão pública.

O representante do executivo de Adis Abeba também informou que o exército matou seis outros comandantes da força do Tigray na terça-feira na cidade de Bati (localizada a 400 quilómetros a nordeste da capital).

Segundo Legesse, o governo procurava todos os rebeldes mortos, que eram acusados de "traição".

As forças da TPLF - que têm reiterado a sua intenção de marchar sobre a capital etíope, sede da União Africana (UA) - conquistaram a cidade de Shewa Robit, a cerca de 220 quilómetros de Adis Abeba, no fim-de-semana passado.

Os receios de que os rebeldes possam tomar a capital do segundo país mais populoso de África (mais de 110 milhões de pessoas) levaram a que a comunidade internacional envidasse esforços diplomáticos no sentido de pôr termo às hostilidades e de negociar um acordo.

No entanto, o governo etíope e os rebeldes ignoraram largamente os apelos da comunidade internacional e o primeiro-ministro e Nobel da Paz, Abiy Ahmed, tem estado na linha da frente desde quarta-feira para liderar pessoalmente o exército.

Até Abiy chegar ao poder em 2018, o TPLF liderou o governo da Etiópia com um punho de ferro durante 27 anos.

A guerra estalou a 04 de novembro de 2020, quando Abiy ordenou uma ofensiva contra os separatistas em retaliação a um ataque a uma base militar federal e na sequência de uma escalada de tensões políticas.

Até agora, segundo a ONU, milhares de pessoas foram mortas e cerca de dois milhões de deslocados internos em Tigray, cujos rebeldes expandiram o conflito para as regiões vizinhas de Amhara e Afar.

O TPLF formou também uma aliança com outros grupos insurgentes, tais como o Exército de Libertação Oromo (OLA), ativo na região de Oromia, em redor de Adis Abeba.