Libertado em Cuba jornalista independente detido durante algumas horas
O jornalista cubano Héctor Luis Valdés, do diário independente ADN, foi hoje libertado horas depois de ter sido detido em Havana por agentes da segurança do Estado, informou aquele meio de comunicação.
O diário ADN confirmou desta forma a denúncia feita através das redes sociais pelo seu companheiro, Raul Soublett, ativista LGBTIQ e diretor da Aliança Afro-Cubana.
Segundo Soublett, Valdés foi intercetado no município de San Miguel del Padrón, por um agente que em ocasiões anteriores já o havia interrogado.
"O Dominic está a levar-me", dizia a última mensagem enviada por Valdés a Soublett, pelas 8:30 locais (14:30 em Lisboa) e que este último publicou nas redes sociais com uma fotografia mostrando a mensagem no seu telemóvel.
Horas depois, Soublett confirmou na rede social Facebook a libertação do jornalista: "Hector Luis Valdés já está em casa! Obrigada pela preocupação".
De acordo com o ADN, Valdés ia a casa da mãe do também jornalista independente Esteban Rodriguez, para levá-la até ao centro penitenciário Combinado Del Este, onde tinham uma visita programada àquele dissidente.
Valdés, vinculado ao coletivo de artistas dissidentes Movimiento San Isidro, denunciou ter sido recolhido à força em sua casa, detido e ameaçado de morte em várias ocasiões.
Vários jornalistas locais independentes denunciaram nas últimas semanas ações de hostilidade por parte das forças de segurança cubanas, especialmente em torno do frustrado protesto de ativistas de oposição ao governo de Cuba a 15 de novembro, cuja marcha foi proibida pelo governo.
Uns foram interrogados, outros denunciaram a interrupção das suas comunicações e alguns asseguraram que foram impedidos de sair de casa para cumprir a sua missão de informar.
Dois dias antes de 15 de novembro, as autoridades cubanas retiraram as acreditações de imprensa a seis jornalistas e gráficos que trabalham para a delegação da agência de notícias espanhola EFE em Cuba, uma ação injustificada e sem precedentes.
Duas foram restituídas no dia seguinte e o Governo cubano comprometeu-se a devolver outras duas "a partir de 28 de novembro", assim como a conceder o visto de imprensa do novo delegado da agência no país, pedido em setembro passado.
A presidente da EFE, Gabriela Canas, considerou as medidas insuficientes e reclamou a recuperação de todas as credenciais do seu pessoal em Havana.