Bélgica bate recorde de hospitalizações, Eslovénia teme incapacidade para tratar acidentados
A Bélgica registou um número recorde de hospitalizações diárias por covid-19 este ano, com 353 novos internamentos na terça-feira, e a Eslovénia teme que o aumento de infetados impeça os seus hospitais de tratar eventuais vítimas de acidentes.
Na Bélgica, a acompanhar o novo recorde de internamentos hospitalares, registou-se uma média de 1.591 novos casos diários - o que representa um aumento de 54% numa semana -- e as mortes rondaram as 30 por dia, o que corresponde a um aumento semanal de 37%, muito longe das quase 300 mortes diárias ocorridas no pico inicial da pandemia.
A taxa de vacinação completa é de 75% do total da população, número que se encontra quase estagnado e esconde diferenças regionais significativas (80% na Flandres, 70% na Valónia e 57% em Bruxelas).
Há uma semana, o Governo federal e as regiões acordaram impor o teletrabalho quatro dias por semana, reforçar o uso da máscara, limitar a capacidade de alguns espaços e fomentar a apresentação do certificado de vacinação, mas ressurge o debate sobre a conveniência de impor restrições adicionais.
Na Eslovénia, o Ministério da Saúde advertiu hoje de que a lotação dos hospitais, devido ao aumento de doentes com covid-19, chegou a um ponto crítico, que ameaça o tratamento de vítimas de eventuais acidentes de alguma envergadura.
O secretário de Estado da Saúde esloveno, Franc Vindisar, referiu em particular a falta de anestesistas suficientes, noticiou a estação televisiva regional N1.
"Neste momento, já não poderíamos ocupar-nos adequadamente das consequências de um grande desastre natural ou de um acidente de viação com um número substancial de feridos", disse o responsável.
"Estamos muito perto de não ter anestesistas" para uma operação, acrescentou.
A Eslovénia, onde apenas 54% dos seus dois milhões de habitantes têm a vacinação contra a covid-19 completa, registou nas últimas 24 horas 3.144 novos casos da doença e 11 mortes.
Com estes números, a incidência acumulada a 14 dias no país situa-se em 2.062 infeções por 100.000 habitantes.
Hoje, os hospitais eslovenos têm 1.168 internados com covid-19 (mais 14 que no dia anterior), 283 dos quais se encontram em unidades de cuidados intensivos (menos dois que no dia anterior).
Desde que, na semana passada, o número de doentes com covid-19 nos cuidados intensivos ultrapassou o máximo previsto de 191, unidades do exército esloveno e italiano foram mobilizadas para os hospitais para ajudar os profissionais de saúde.
A covid-19 causou pelo menos 5.165.289 mortes em todo o mundo, de entre mais de 258,29 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência noticiosa France-Presse (AFP), com base em dados oficiais.
A doença é causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.