CINM podia estar a gerar 200 a 300 milhões de euros de receita fiscal
Presidente do Governo Regional critica burocracias e entraves que bloqueiam melhor desenvolvimento do Centro Internacional de Negócios da Madeira
O presidente do Governo Regional da Madeira acredita que não fossem os entraves e as burocracias que emperram o crescimento do Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM), em vez de receitas fiscais de pouco mais de 100 milhões de euros anuais, estar-se-ia a falar de 300 a 400 milhões.
Miguel Albuquerque falava durante uma visita a uma das mais importantes empresas do CINM, a Euromar, que trabalha em conjunto com a Sociedade de Desenvolvimento da Madeira (SDM) na angariação de armadores para efectuarem o registo dos seus navios no MAR.
"Esta empresa tem dado um contributo fundamental" com 90% dos navios que estão registados "no nosso serviço internacional de navios foram trazidos pela Euromar", registou. "Tem sido uma empresa fundamental, é uma empresa madeirense que tem profissionais altamente qualificados todos da Madeira a trabalhar. Alguns estão na Grécia e em Lisboa".
Lembrou que esta empresa que trabalha para os interesses nacionais, fazem do registo da Madeira "o quarto registo europeu a nível das grandes embarcações", ou seja "nós temos quase seiscentos e tal navios daqueles muito grandes, os porta-contentores com a bandeira portuguesa e o Euromar não só traz os navios, com todas as consequências do ponto de vista financeiro e económico, mas também tem um protocolo com a Escola Infante D. Henrique para que integrem as tripulações desses navios".
Não obstante os bons resultados, Miguel Albuquerque realçou o constante trabalho burocrático. "As coisas à portuguesa, em que há sempre um conjunto de complicações", exemplificando o facto de só há pouco tempo foi possível ter o registo a trabalhar 24 horas e não das 9 às cinco e meia. Portanto, isso é tudo um disparate e, obviamente, uma pessoa que faz uma transação do navio de 200 ou 300 milhões de dólares ou quatrocentos milhões de dólares na China tem que a registar imediatamente e é capaz de ser aqui duas ou três da manhã".
Além da vantagem de o CINM dar emprego a quatro mil profissionais, o governante lembrou a questão da receita fiscal. "Estamos a falar aqui de uma receita fiscal que não é tão pouca", pois "anda à volta de 108 milhões nos últimos anos, mas podiam ser duzentos ou trezentos milhões, mas se as empresas não estão cá vão para outro lado".