Coronavírus Madeira

Sub-linhagens da variante Delta em crescimento também na Madeira

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Relatório_diversidade_genética

De acordo com o mais recente relatório de diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 (covid-19) em Portugal, publicado esta tarde pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), as sub-linhagens da variante Delta continuam a ganhar força em Portugal, situação que se reflecte, também, na Madeira. Ainda que com base em dados provisórios, na última semana, a variante Delta apresenta uma frequência relativa de 100%.

De acordo com a análise das amostras recolhidas na semana em análise, entre 8 a 14 de Novembro, foram identificadas, na Região, três sub-linhagens da variante Delta, entre elas uma que apresenta uma mutação adicional na proteína Skipe, que, segundo o INSA, “podendo ter impacto em termos de transmissibilidade”.

O mesmo documento refere que esta variante “apresentou uma frequência relativa com tendência crescente, definida como aumento de frequência relativa ≥2,5% em relação à última semana analisada ou aumento ≥1% por semana em 3 semanas consecutivas”, isto tendo em conta apenas as semanas com amostragens fechadas (até à semana de 1 a 7 de Novembro).

A nível nacional, a sua frequência relativa aumentou de 1.4%, na semana de 25 a 31 de Outubro, para 7.6%, na semana de 1 a 7 de Novembro.

No total, foram detectados 58 casos, até à data, abrangendo cinco regiões (com maior incidência no Norte, Centro e Lisboa e Vale do Tejo), 13 distritos e 42 concelhos, onde se inclui, pelo menos, o Funchal.

“Esta subida abrupta de frequência relativa de uma sub-linhagem com uma mutação num local reconhecido como potencialmente crítico para a ligação do SARS-CoV-2 às células humanas está a ser investigada”, refere o relatório.

Foram analisadas 29 amostras provenientes da Madeira, recolhidas de casos positivos identificados em seis concelhos, nomeadamente, Funchal, Santa Cruz, Machico, Câmara de Lobos, Ponta do Sol e Calheta.

Sobre as diferentes sub-linhagens, o INSA deixa claro que “esta sub-classificação, através do agrupamento de vírus com maior proximidade genética/epidemiológica entre si, facilita a monitorização contínua da evolução genética e dispersão geo-temporal de SARS-CoV-2, potenciando a detecção precoce de novas constelações de mutações (i.e., variantes) de interesse”.

Ainda assim, a discriminação em sub-linhagens não indica que estas apresentem diferenças funcionais, como sendo uma maior transmissibilidade, uma associação a doença severa, ou maior capacidade de evasão ao sistema imunitário. Além disso, esta nomenclatura se encontra em constante revisão e refinamento pela network responsável por este sistema (https://www.pango.network/) (isto é, espera-se a supressão e/ou adição de sub-linhagens nas próximas atualizações, com consequente re-classificação de algumas sequências).