Milhares marcham em Bruxelas contra novas restrições para conter a pandemia
Milhares de pessoas manifestaram-se hoje, no centro da cidade de Bruxelas, contra as restrições impostas pelo Governo belga para controlar a nova vaga de covid-19 que está a atingir o país.
A marcha de protesto alinhou-se atrás de uma enorme faixa que dizia "Juntos pela Liberdade", percorrendo algumas ruas da cidade, com alguns manifestantes a protestarem também contra a vacinação, mas sem registos de violência na fase inicial.
A Bélgica estendeu o uso obrigatório de máscaras a partir dos 10 anos e decidiu que o teletrabalho é obrigatório, na tentativa de controlar uma nova vaga de casos de covid-19 no país.
O teletrabalho, sempre que possível, passou pelo menos até 12 de dezembro a ser obrigatório quatro dias por semana.
De acordo com as autoridades, terão participado neste protesto cerca de 35 mil pessoas.
Já no final da manifestação, algumas centenas de pessoas arremessaram garrafas e outros objetos contra as forças policiais, que usaram gás lacrimogéneo e um canhão de água para tentar dispersar os manifestantes junto ao bairro europeu de Bruxelas.
Com quase 10.300 novas infeções diárias em média na semana passada, a Bélgica voltou a registar uma taxa de propagação do vírus que não era atingida há um ano.
O país está ainda a enfrentar níveis de hospitalização de doentes de covid-19 que não registava desde maio, com mais de 2.000 pessoas internadas, incluindo mais de 25% em cuidados intensivos.
"Os sinais de alarme estão a piscar no vermelho", disse recentemente o primeiro-ministro Alexander De Croo, acrescentando que o uso obrigatório de máscaras em locais lotados inclui agora as crianças a partir dos 10 anos, quando anteriormente era a partir dos 12.
As restrições decididas por muitos governos para travar a nova vaga de covid-19 na Europa tem levado, nos últimos dias, milhares de pessoas a protestarem nas ruas não apenas da Bélgica, mas também da Áustria, Irlanda do Norte, Países Baixos, Itália, Suíça e Croácia.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) já manifestou grande preocupação com o aumento de casos de covid-19 na Europa e advertiu que cerca de 500 mil pessoas podem morrer até março de 2022 se não forem tomadas medidas urgentes.
A covid-19 provocou pelo menos 5.144.573 mortes em todo o mundo, entre mais de 256,54 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.