Alemanha tem recorde de incidência semanal com 362,2 infecções por 100 mil habitantes
A Alemanha registou hoje uma incidência semanal de 362,2 infeções pelo novo coronavírus por 100 mil habitantes, o que representa o nível mais alto desde o início da pandemia, segundo os últimos dados do Instituto Robert Koch (RKI).
Na semana passada, a incidência semanal foi de 277,4 e no mês passado foi de 80,4. O número de infeções também tende a aumentar e nas últimas 24 horas foram registados 63.924 novos contágios pelo SARS-CoV-2, 18.843 a mais em relação há uma semana.
Um total de 248 pessoas morreram de causas relacionadas com a doença covid-19 nas últimas 24 horas, mais 20 do que há uma semana.
Desde o início da pandemia, houve 5.291.549 infeções pelo coronavírus SARS-CoV-2 confirmadas na Alemanha e 99.301 pessoas morreram de covid-19.
A quarta onda da pandemia continua a atingir níveis recordes na Alemanha, onde, perante a estagnação da campanha de vacinação, se teme uma quinta onda, conforme destacou o presidente do RKI, Lothar Wieler.
"Se não conseguirmos uma redução dos contactos e uma aceleração da campanha de vacinação, teremos também uma quinta onda", disse Wieler.
Na Alemanha, 67,9% da população tem a vacinação contra a covid-19 completa e 70,4%, pelo menos, recebeu a primeira dose.
Durante semanas, nenhum progresso notável foi realizado para a Alemanha alcançar a imunidade de grupo, facto que foi amplamente atribuído à resistência de parte da população à vacinação.
O presidente da Comissão Permanente de Vacinação (STIKO), Thomas Mertens, admitiu que a vacina não será a ferramenta para quebrar a quarta onda, pois os seus efeitos demoram várias semanas para serem percebidos.
"As vacinas não têm função para superar a situação atual", disse Mertens ao canal de televisão Phoenix.
"Porém, é muito importante continuar a vacinar para o próximo ano", acrescentou.
A situação atual tornou a discussão sobre a vacinação obrigatória mais atual na Alemanha, pelo menos para alguns grupos, depois de a Áustria ter optado pela vacinação obrigatória para toda a população a partir de fevereiro de 2022.
A este respeito, Mertens disse que a vacinação obrigatória pode fazer sentido para quem trabalha em determinadas profissões ou em determinados locais, como lares ou hospitais.
A pressão sobre os hospitais também está a crescer e em algumas regiões e cidades, incluindo Berlim, os hospitais estão a chegar ao limite das suas capacidades.
Na segunda-feira, entra em vigor a nova lei de proteção à saúde, que inclui medidas como a exigência do certificado de vacinação ou, na sua falta, um teste diário negativo para acesso ao local de trabalho.
Os estados federais pediram melhorias nesta lei e os partidos da futura coligação de Governo - o Partido Social-Democrata (SPD), os Verdes e o Partido Liberal (FDP) - anunciaram uma revisão da mesma para 09 de dezembro.
A covid-19 provocou pelo menos 5.130.627 mortes em todo o mundo, entre mais de 255,49 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.