A Hospedaria Pôr do Sol lançou uma campanha de ‘crowdfunding’, que consiste na angariação de financiamento para determinado projecto. É nisso que os gerentes da Hospedaria Pôr do Sol decidiram apostar para viabilizar a melhoria das condições do espaço situado na calçada da Cabouqueira, bem perto do centro do Funchal. Preservar a história do edifício é um dos objectivos. Para viabilizar o projecto são necessários 43 mil euros e é isso que procuram adquirir através do ‘crowdfunding’. A campanha foi lançado a 1 de Novembro e tem um limite de 60 dias, ou seja, ficará em vigor até final de Dezembro, através da plataforma Indiegogo, através do seguinte endereço: https://igg.me/at/pordosol

Neste endereço estão todas as informações sobre a campanha.

Tiago Gonçalves é um dos responsáveis pela ideia: “A minha ligação à Hospedaria Pôr do Sol começou há 11 anos quando a minha mãe adquiriu a exploração do local”. Apesar de ser formado em Biotecnologia, “a paixão pela hotelaria e turismo” tem falado mais alto. “Durante a pandemia decidi largar um pouco a minha área e juntar-me à minha mãe neste projecto”, explica, ao DIÁRIO, Tiago Gonçalves, que agora pretende melhorar as condições da Hospedaria, sem perder a sua identidade. “Uma das principais ideias é a remodelação do espaço, de modo a criar uma atmosfera mais apelativa aos jovens”, acrescenta.

“É um edifício histórico e isso é uma das coisas que queremos manter”, reafirma Tiago Gonçalves. “O objectivo é criar um espaço interior mais moderno, apelativo aos jovens, mas sem aquela necessidade e aumentar os preços, já que somos um dos locais mais baratos da cidade do Funchal e isso acaba por ser óptimo para os jovens viajantes”, enaltece.

“Queremos também aumentar a nossa sustentabilidade. Já utilizamos a energia solar para aquecimento da água. Vamos implementar políticas de ‘zero plástico’ e um conjunto de medidas que nos permitam tornar todo o projecto mais sustentável”, acrescenta Tiago Gonçalves.

A ideia do ‘crowdfunding’

Perante a ideia de realizar uma remodelação do espaço, a empresa que detém a Hospedaria Pôr do Sol considerou que o ‘crowdfunding’ seria “uma das melhores formas de concretizar esse objectivo”. “Pelo que vi somos o primeiro projecto do género na ilha, em especial na área do turismo. Como na Madeira é esse o principal sector, achamos que poderíamos ter alguma adesão”, considera o jovem empresário.

O ‘crowdfunding’ está dividido por níveis. “Consoante o valor doado tem diferentes regalias, que vão desde estadas de uma noite, até estada de um ano. Parte do ‘crowdfunding’ acaba por ser vantajoso para o cliente, que tem descontos que vão dos 25% aos 60%”, sublinha Tiago Gonçalves.

Na Hospedaria Pôr do Sol, 90% da ocupação é de turistas provenientes do estrangeiro. “Até temos clientes de longa data que vêm todos os anos e acreditamos que uma parte do projecto poderá ser financiada por eles”, observa. Mas também pretendem sensibilizar todos aqueles que nutrem natural simpatia pelos edifícios históricos da cidade do Funchal: “O exterior não vai ser mexido. São, sobretudo, obras de restauro, precisamente para manter tudo o que é original num espaço tão emblemático, fiel à história de um edifício que já tem cerca de 100 anos e que funciona como hotel desde 1986. Sabemos que faz parte do património histórico do Funchal e, honestamente, naquela rua, se calhar, é o edifício que não foi mexido”.

Tiago Gonçalves acredita, também, que será possível criar uma “relação familiar” com quem visita a Hospedaria, aquele que é, de resto, o conceito privilegiado pelos responsáveis da Pôr do Sol. “Quem nos apoiar saberá que está a contribuir para uma empresa familiar e acabamos por ficar a conhecer um pouco melhor essas pessoas”, reforça.

Depois de assegurado o financiamento necessário, Tiago Gonçalves estima que serão necessários quatro meses para as obras desejadas. Um processo que já começou, nomeadamente com mobiliário, mudança de logotipo, gestão de marca e material promocional da Hospedaria Pôr do Sol.

Apesar das “grandes quebras” em 2020, Tiago Gonçalves mostra-se optimista, uma vez que as taxas de ocupação actuais “já estão em níveis pré-pandemia”, e até com crescimento do mercado continental. “Mas também gostaríamos de receber clientes locais, dar a conhecer o nosso espaço aos madeirenses”, conclui.