BE critica ausência de António Costa no COP26, PS justifica com crise política
O BE criticou hoje a ausência do primeiro-ministro da 26.ª cimeira do clima das Nações Unidas (COP26), com o PS a responder que uma das razões é atual crise política, pela qual responsabiliza os bloquistas.
Nas declarações políticas que hoje decorrem no plenário da Assembleia da República, o BE, através do deputado Nelson Peralta, escolheu a COP26 e as questões do clima como tema, apontando as ausências dos presidentes da China, Rússia ou Brasil desta cimeira que decorre em Glasgow.
"Há, no entanto, uma ausência que nos diz diretamente respeito: António Costa. O primeiro-ministro do país, que na Europa, sofrerá os impactos mais profundos das alterações climáticas, decidiu faltar", criticou.
Para os bloquistas, o primeiro-ministro "falha à COP26 assim como as suas políticas falham no país à resposta climática".
"Esta falta acaba por legitimar as ausências dos chefes de governo dos países mais poluidores. É um péssimo serviço que se faz ao clima", condenou.
Nas interpelações ao BE, o deputado do PS Hugo Pires começou por felicitar os bloquistas "pela pertinência do tema" que trouxe, considerando que "juntar uma crise ambiental, energética, às crises sanitária, económica e social era tudo aquilo que o mundo não precisava".
"Mas juntar a estas crises, uma crise política era tudo aquilo que os portugueses não mereciam O seu partido é um dos principais responsáveis pela crise política que estamos a ter e um dos fatores pelo qual o primeiro-ministro não pode estar presente na COP26 é porque nós temos uma crise política no nosso país", lamentou.
Na resposta, Nelson Peralta acusou o PS de uma "espécie de desconversa", na qual "vai buscar a crise política".
"As pessoas que estão lá em casa e que olham para o que está a acontecer - onde o Bloco de Esquerda está a defender as pensões, o trabalho e o SNS - não interpretam isto como uma crise política, interpretam isto como a resposta essencial à sua vida", referiu.
Para os bloquistas, muitas das medidas que o partido propôs no Orçamento do Estado já chumbado "eram defendidas pelo PS quando estava na oposição".
"Mas pelos vistos quando está no poder já assim não quer", acusou.