Absolvidos dois dos homens condenados pelo assassínio de Malcolm X
Uma juíza de Nova Iorque determinou na quinta-feira a anulação das condenações a dois homens pelo assassínio do ativista norte-americano Malcom X, um dos maiores símbolos da luta contra o racismo, com o argumento de que estavam "erradas".
Muhammad Aziz, que esteve presente em tribunal, e o falecido Khalil Islam, que passou décadas na prisão pelo crime, foram absolvidos após decisão da juíza de Manhattan, Ellen Biden.
O tribunal anulou as condenações após o procurador de Manhattan, Cyrus Vance, e os advogados revelarem que uma nova investigação encontrou novas provas de que o caso tinha sido 'contaminado' contra os homens e que as autoridades ocultaram parte do que sabiam.
"O acontecimento que nos trouxe ao tribunal nunca devia ter ocorrido. Sou um homem de 83 anos que foi vítima do sistema judicial", apontou Aziz.
Já a juíza Ellen Biden referiu não ter dúvida que "este é um caso que apela por justiça fundamental".
Uma das figuras mais controversas e convincentes da era dos direitos civis, Malcom X ganhou fama como principal porta-voz do Nação do Islão, proclamando a mensagem da organização negra muçulmana na época: o separatismo racial como um caminho para a autorrealização.
Malcom X é famoso por encorajar os negros a reivindicar os direitos civis "por todos os meios necessários".
O ativista que nasceu com o nome Al Hajj Malik Al-Shabazz foi morto a tiro durante um discurso no teatro Audubon Ballroom, em Harlem, em 21 fevereiro de 1965.
Muhammad Aziz, Khalil Islam e um terceiro homem, Mujahid Abdul Halim -- conhecido na época do assassínio como Talmadge Hayer e mais tarde como Thomas Hagan --, foram condenados por homicídio em março de 1966 e sentenciados a prisão perpétua.
Na quarta-feira o procurador de Manhattan, Cyrus Vance, tinha divulgado que os dois homens iriam ser absolvidos.
"Esses homens não receberam a justiça que mereciam", disse o procurador, através de uma mensagem na rede social Twitter.