Preços de medicamentos para doenças crónicas aumenta 400% no Líbano
O Governo libanês aumentou os preços dos medicamentos para doenças crónicas em cerca de 400%, na sequência da forte desvalorização cambial e escassez de bens, incluindo farmacêuticos, disseram ontem várias farmácias.
Desde a entrada em vigor, na terça-feira, da nova lista de preços -- que visa combater uma escassez no mercado -, estes medicamentos passaram a custar cerca de "cinco vezes mais", disse o dono de uma farmácia em Beirute, citado pela agência espanhola de notícias Efe.
De acordo com a mesma fonte, este aumento significa que um dólar (moeda na qual são feitas as transações comerciais internacionais no Líbano) passou a valer entre 7.000 e 8.000 libras libanesas, quando até à semana passada valia 1.500.
O farmacêutico, que pediu anonimato, explicou que os importadores "não aceitam" este novo custo, já que o câmbio no mercado negro ronda 23 mil libras libanesas por cada dólar.
"Continuamos com o mesmo problema", disse, referindo-se à escassez de medicamentos para doenças crónicas que atinge o país há meses.
Um outro farmacêutico da capital também garantiu que as distribuidoras não fornecem este tipo de medicamento há um mês, situação que justifica com o facto de "não concordarem" com a tabela de preços.
Os medicamentos de venda livre, que registaram um aumento de preço há cerca de dois meses, voltaram a estar disponíveis, segundo os pontos de venda consultados pela Efe.
O Líbano está a viver uma das piores crises económicas dos últimos 150 anos e, desde o seu início, em 2019, a moeda local perdeu quase 90% do seu valor, enquanto, nos últimos meses, se tem agravado a escassez de alguns produtos como os medicamentos, a eletricidade e o combustível.